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Painéis solares sobre plantações em Minnesota tiveram um efeito surpreendente sobre uma espécie de inseto da região

Os sistemas agrivoltaicos criaram zonas livres de pesticidas, permitindo a repopulação dos campos com abelhas.

Paineis Solares Viram Comeias De Abelhas
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Antes de mais nada, vamos explicar: agrivoltaicos é uma tecnologia que combina a agricultura com a geração de energia solar! Ela foi inventada na década de 1980, mas sua adoção em larga escala está ocorrendo agora com o avanço da tecnologia e a redução dos custos.

Suas vantagens vão além de utilizar o solo para gerar eletricidade: os painéis solares criam áreas de sombra que reduzem a evaporação da água de irrigação e protegem as plantações das ondas de calor. Além disso, esses sistemas são eficientes para repovoar os campos com abelhas.

A queda das abelhas

Os insetos nem sempre são pragas. O desaparecimento de espécies ao redor do mundo devido à agricultura industrializada e ao uso intensivo de pesticidas é uma ameaça à biodiversidade do planeta e ao nosso próprio abastecimento de alimentos.

Particularmente, os insetos que polinizam plantas das quais nos alimentamos, ou que servem de alimento para o gado, como as populações de abelhas, são cruciais para a polinização de 75% das culturas agrícolas.

A solução de Minnesota

O estado de Minnesota mostrou que os projetos agrivoltaicos — áreas de cultivo ou pecuária que integram painéis solares para gerar energia — podem reverter o declínio das populações de abelhas e aumentar exponencialmente a diversidade de insetos e flores.

Uma pesquisa de cinco anos, focada em duas gigantescas instalações solares no sul do estado, obteve resultados promissores para esses insetos, com benefícios que foram além da criação de novos habitats para eles.

Produtividade quadruplicada

O estudo do Laboratório Nacional de Argonne concluiu que a agrivoltaica não só maximiza o uso da terra ao combinar produção agrícola com geração de energia, mas também cria novos habitats sombreados e livres de pesticidas para os insetos.

Também em campos adjacentes

O estudo de Minnesota revelou que os campos próximos aos projetos agrivoltaicos também se beneficiaram com o aumento da presença de abelhas.

O crescimento da polinização foi comparável ao das áreas protegidas pelo Programa de Reservas para a Conservação, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que paga aos agricultores para retirarem a produção de algumas terras e restaurar os habitats naturais dos insetos.

Embora a agrivoltaica não tenha como objetivo restaurar habitats naturais, ela poderia complementar ou até substituir parcialmente essa conversão direta de terrenos, por meio de um incentivo puramente econômico: os agricultores continuaram cultivando o solo e, ao mesmo tempo, geram receita com a produção de energia.

A tecnologia anda lado a lado

Embora os resultados sejam promissores, o estudo aponta que a altura e a distância entre os painéis solares podem influenciar na efetividade dos habitats para os insetos.

Parte do sucesso atual da agrivoltaica está diretamente ligado aos avanços na tecnologia solar, especialmente os painéis solares bifaciais, que captam radiação em ambos os lados de um mesmo módulo, e os painéis solares verticais ou ajustáveis, que podem ser inclinados para não interferir no tráfego de máquinas agrícolas.

Essas tecnologias tornam os sistemas agrivoltaicos mais eficientes e compatíveis com as práticas agrícolas modernas.

Imagem | NREL

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