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Represar rios para gerar energia pode estar com os dias contados. Empresa oferece um substituto: cardumes de turbina

Os rios têm muita energia para nos oferecer. E temos cada vez mais sistemas mais eficientes

Represas Para Hidroeletrica Tem Custo Ambiental Muito Alto
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Em algum momento do passado os fundadores da Energyminer se fizeram uma pergunta fácil de formular, mas complexa de responder: a energia dos rios pode ser aproveitada sem a necessidade de construir grandes represas? É possível obter eletricidade das águas sem pagar o pedágio ambiental que as usinas hidrelétricas às vezes carregam? O resultado é o Energyfish, um sistema de turbinas com o qual, dizem os criadores, pode-se abastecer centenas de lares e compensar as emissões anuais de CO2 de 1.700 pequenos veículos.

Por enquanto, eles já conseguiram passar da teoria para a prática.

O que é o Energyfish?

Uma "usina subaquática hidrocinética compacta", nas palavras de seus criadores, que eles afirmam ser capaz de fornecer "energia renovável, 100% limpa, disponível 24 horas por dia e gerada localmente". Para isso, são utilizadas turbinas ancoradas ao leito do rio, semi-submersas, suspensas enquanto aproveitam a corrente. Os dispositivos são projetados para operar em grupos, em bancos ou "enxames" que geram energia, que é então injetada de forma descentralizada na rede.

Quais são os números gerados?

A Energyminer garante que seu sistema é capaz de produzir uma média de 15 megawatts-hora por ano e, instalando um "enxame" de cem, consegue-se até 1,5 GWh por ano, o suficiente para abastecer cerca de 470 casas. As contas, porém, não se limitam ao balanço energético. A empresa estima que um banco desse tamanho, com cerca de cem dispositivos, economizaria 2.300 toneladas de emissões de CO2 a cada ano, o que compensaria as emissões de 1.700 carros pequenos durante o período.

Longo prazo

Em termos operacionais, os desenvolvedores esclarecem que a vida útil esperada para os sistemas Energyfish é de mais de 10 anos. "Ele é projetado para fornecer produção de energia ininterrupta e de longo prazo", explica a empresa, que esclarece que as instalações são monitoradas 24 horas por dia, sete dias por semana, por meio de "um sistema inteligente de monitoramento remoto".

O que ele oferece?

A Energyminer cita algumas vantagens da tecnologia, principalmente relacionadas à sustentabilidade e ao respeito ao meio ambiente. Seus criadores enfatizam que o sistema opera "em harmonia com a natureza", é silencioso, fornece um suprimento sustentado, resiste a inundações, requer manutenção mínima e não representa uma ameaça à vida selvagem, pescadores ou nadadores.

"Todo o sistema funciona com uma voltagem muito baixa e segura de 60 volts. Mesmo se os cabos forem danificados, não há risco para pessoas ou animais. O design aerodinâmico do Energyfish garante que nadadores e entusiastas de esportes aquáticos não se machuquem", defende a empresa, convencida de que o impacto no leito do rio é "mínimo" e "localizado". "Nas imediações a velocidade do fluxo diminui um pouco, mas isso não representa um obstáculo maior. Após 20 metros, o rio recupera sua velocidade original."

Rio Hidroeletrico

E as barragens tradicionais?

Se há uma vantagem que a Energyminer destaca, além da potência ou capacidade de seu sistema de reduzir as emissões de CO2, é que os dispositivos que eles criaram têm impacto muito menor do que estruturas mais convencionais, como as barragens. "Nossas instalações são suspensas no rio e ancoradas no leito, sem concreto, sem barragem e sem maquinário pesado", acrescentam os criadores, enfatizando a agilidade com que podem ser ativadas: sua instalação, garantem, pode ser concluída em "algumas semanas".

O fato de a empresa insistir na pequena pegada ambiental não é coincidência. A própria World Wild Life (WWF) lembra que o número de grandes barragens aumentou dez vezes entre 1950 e 2017 e que em 2019 quase dois terços dos maiores rios do mundo estavam obstruídos: "Uma barragem errada no lugar errado pode ter grandes consequências, pois altera os fluxos de água, bloqueia as rotas de migração de peixes, devasta habitats de espécies ameaçadas de extinção e retém sedimentos necessários para reabastecer os deltas rio abaixo."

É tudo teoria?

Não. A Energyminer já testou pelo menos uma de suas instalações em Aur Mülhlbach, um dispositivo apresentado na primavera e localizado no coração de Munique. Os responsáveis garantem que o sistema "se integra à paisagem". Além disso, a uma curta distância no sentido da correnteza, há uma usina hidrelétrica convencional que continua a operar em plena capacidade sem problemas, mas seus gerentes não especificam números sobre geração de eletricidade e níveis de eficiência do teste. Pelo menos não na apresentação de seu site. O que eles deixam escapar é que a solução reduz os custos de investimento em 88% em comparação com outras usinas.

Eles incluem uma tabela técnica na qual especificam alguns detalhes relevantes de seu Energyfish: ele pesa cerca de 80 quilos e mede 3x2,4x1 m, sua potência média é de 1,8 kW e a máxima é de 6 kW. O sistema pode ser usado em uma ampla gama de rios: com uma profundidade de pelo menos um metro e um fluxo com uma velocidade mínima de um metro por segundo.

Imagens | Energyminer

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