Embora aqueles que fazem parte da geração Z (a geração posterior aos millennials) sejam considerados nativos digitais, isso não significa que não tenham dificuldades com a tecnologia. É verdade que eles passam horas no celular e cresceram em um ambiente completamente digital, mas também é fato que eles têm problemas para mexer em aplicativos comuns como Outlook e Excel.
Pelo menos, é isso o que afirma um estudo realizado pela Universidade de Toledo (EUA), desmentindo algo que as gerações anteriores costumam pensar: os mais jovens não são tão experientes em tecnologia. Saber usar o celular e as redes sociais não implica que saibam lidar com tudo o que envolve tecnologia.
A geração Z sabe usar o celular, mas não tanto o computador
Publicado no Journal of Applied Business and Economics, o estudo mencionado analisa a lacuna existente entre os estudantes atuais: apesar de serem consumidores frequentes de tecnologia, as habilidades tecnológicas que possuem são limitadas, especialmente quando se trata de capacidades necessárias no mundo do trabalho. O estudo se refere ao uso de ferramentas como Outlook e Excel, entre outras.
Não é um problema exclusivo da geração Z. Na verdade, o estudo afirma que muitos millennials (aqueles nascidos desde o início dos anos 80 até meados dos anos 90) também têm esse problema, embora ele pareça ser bem mais acentuado na geração Z. Isso faz sentido, já que os millennials cresceram em uma época em que era comum receber aulas de informática.
Uma das coisas que destaca o Dr. Gary Insch (um dos responsáveis pelo estudo) é que muitos estudantes aprendem a usar o ChromeOS e a suíte de aplicativos do Google. Insch afirma que, no mundo do trabalho, a suíte da Microsoft é a mais utilizada e, embora as ferramentas sejam semelhantes, isso pode representar um problema para muitos estudantes.
O estudo entra em detalhes e menciona que, em uma aula focada no uso da suíte de aplicativos do Office, algumas das perguntas mais comuns feitas pelos estudantes estavam relacionadas a como modificar o espaçamento em um documento do Word, salvar documentos em pastas, anexar um documento em um e-mail ou até mesmo transferir uma foto do celular para o computador.
Embora seja lógico pensar que, em uma aula relacionada às ferramentas de software da Microsoft, surgiriam perguntas sobre o uso do programa, o estudo ressalta que o Microsoft Office é uma suíte projetada para redigir documentos, analisar dados e criar apresentações, tarefas que os estudantes já realizam há muito tempo antes de chegar à universidade.
Os pesquisadores propõem três métodos que poderiam ajudar os profissionais do setor acadêmico a preparar adequadamente seus estudantes para que a adaptação ao mundo profissional seja mais fácil: ensinar a usar o software utilizado no mundo corporativo, fomentar a aprendizagem prática e aplicar o design thinking no ambiente acadêmico.
Como é lógico, sempre há exceções, e alguns estudantes não encontram problemas para usar as ferramentas citadas. Ainda assim, o que está claro é que a crença popular de que todos os jovens são especialistas em tecnologia está longe de ser uma verdade universal.
Imagem | John Schnobrich (Unsplash)
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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