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O segredo de Sam Altman para gerar ideias: escreva-as em um caderno, rasgue-as e jogue-as fora até encontrar a chave

  • Sam Altman revelou sua maneira peculiar de tomar notas para processar ideias: ele as escreve à mão em um caderno

  • Ele recomenda carregar sempre um caderno no bolso, anotar tudo e arrancar as folhas até que surja uma boa ideia

Sam Altman
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Sam Altman, CEO da OpenAI, dona do ChatGPT, tem revelado seus truques para aumentar a produtividade. Muitos deles são lições que o cofundador da OpenAI foi aprendendo ao longo de sua carreira e com o contato com outros empreendedores durante seu período à frente da Y Combinator.

Outros truques, por outro lado, ele foi aperfeiçoando ao longo do tempo com base em tentativa e erro. No teaser de sua entrevista para o podcast How I Write, de David Perell, o CEO confessa sua forma peculiar de tomar notas sobre ideias.

Ele revelou que costuma fazer anotações a qualquer momento do dia para não deixar escapar nenhuma ideia ou dúvida sobre algum projeto. Por isso, costuma sempre levar um pequeno caderno no bolso. No entanto, como ele próprio admitiu, “Esses cadernos elegantes não servem para mim. Preciso que seja um caderno pequeno e com espiral, pois é importante poder arrancar páginas com frequência”.

Não importa o caderno, importa o conteúdo das folhas

O aspecto prático de carregar um caderno é apenas manter as folhas de papel unidas e organizadas em um só lugar. Mas isso não é relevante para o uso real que Altman faz, pois ele acaba arrancando todas.

A preferência de Altman por esse tipo de caderno deve-se ao fato de que a espiral na lombada permite que ele mantenha o caderno plano sobre a mesa enquanto escreve e use a capa dura como apoio. No entanto, o CEO da OpenAI reconhece que “anoto muitas coisas e depois gosto de arrancar as folhas e colocá-las sobre a mesa para ver várias páginas ao mesmo tempo.”

Desse modo, Altman afirma que consegue visualizar melhor o conjunto de anotações e descartar mais facilmente as ideias que não se encaixam. “Posso amassá-las e jogá-las no chão. Quando a pessoa da limpeza chega, há um monte de papéis amassados no chão com minhas anotações ou o que quer que eu esteja escrevendo”, contou o empresário.

Escrever à mão nos obriga a processar o que escrevemos

O hábito de Altman de anotar ideias ou lembretes é algo que ele compartilha com Bill Gates e outros milionários. Esse costume responde a um mecanismo cerebral que vincula a escrita manual à melhoria das funções de memória e ao desenvolvimento do pensamento. Uma pesquisa da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia mostra a importância de escrever à mão nos processos cognitivos relacionados ao aprendizado.

De acordo com um estudo da Universidade de Washington, a tomada de notas ativa os mecanismos motores do cérebro para desenhar as letras durante a escrita, e isso melhora a capacidade lógica e de análise das ideias que estão sendo anotadas. Por outro lado, o conceito de descartar montanhas de ideias que Sam Altman menciona durante sua entrevista alinha-se com o pensamento do escritor e empresário Seth Godin. Esse autor afirmava que o verdadeiro sucesso não está em ter boas ideias, mas chegar a uma boa pelo processo de descartar as que não funcionam.

Jeff Bezos, outro entusiasta da escrita, obrigava seus funcionários a apresentar um memorando sobre os assuntos que seriam discutidos nas reuniões, de forma que esse processo forçava quem convocava as reuniões a argumentar e desenvolver as ideias e possíveis soluções. Escrever à mão materializa o abstrato de uma ideia que "na cabeça soava genial" em algo muito mais maduro e viável, simplesmente pelo fato de que, para colocar no papel, o cérebro já precisa processar essa ideia, mesmo que, no final, ela termine na lixeira.

Imagem | Flickr (TechCrunch)

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