A diferença entre hype e realidade: só 5% das pessoas que compraram o Rabbit R1 o usam diariamente

  • O Rabbit R1 gerou uma enorme expectativa e chegou a vender 100 mil unidades

  • O CEO da empresa confirmou que, atualmente, apenas 5 mil pessoas o utilizam no dia a dia

  • Esses dispositivos de IA têm uma missão difícil: competir com os celulares

Imagem: Rabbit
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Quando Jesse Lyu, CEO da rabbit inc, apresentou o Rabbit R1 na CES de Las Vegas em janeiro de 2024, o mundo da inteligência artificial ficou em êxtase. O dispositivo era um pequeno gadget com tela, câmera e microfone, independente do celular, mas absolutamente dependente da nuvem e da inteligência artificial. Ele tornou-se viral nas redes sociais e foram vendidas 100 mil unidades. Hoje, apenas cerca de 5% dos compradores o utilizam.

Dos 100 mil usuários que compraram o Rabbit R1 (cujo preço, lembremos, era de US$ 199, ou R$ 1.136), apenas de 5 mil pessoas. Essa cifra não é fornecida por uma consultoria ou um relatório financeiro — ela foi dada pelo próprio Jesse Lyu, CEO da Rabbit, em uma conferência organizada pela Fast Company.

Um lançamento prematuro

O Rabbit R1, um dos primeiros dispositivos de IA, foi duramente criticado em seu lançamento. Não apenas era lento e carecia de várias funções, como também não se sabia exatamente para que servia. Além disso, descobriu-se que o dispositivo funcionava com Android, o que fez com que a comunidade rapidamente extraísse o APK e o executasse em outros dispositivos, desde um Pixel 6 até um iPhone. Ou seja: era um dispositivo que poderia ser apenas um aplicativo.

Jesse Lyu explica que a razão para lançar o produto tão rapidamente foi que "se você é uma startup, é melhor lançar cedo. Ponto". Essa frase se refere ao fato de que grandes gigantes da indústria, como Google, Apple ou Samsung, têm recursos suficientes para pressionar empreendedores menores. Por isso, é preciso estar disposto a aceitar que as coisas não saiam como planejado para conseguir entrar no mercado.

Essa parece ter sido a ideia com o Rabbit R1: se antecipar, estabelecer um precedente e criar novas versões. De qualquer forma, a realidade é que o Rabbit R1, assim como o AI Pin da Humane, foi duramente criticado. Afinal, é um produto que não valia o preço cobrado.

Nesse sentido, Ly afirma que vê "todos os reviews do YouTube, vejo cada postagem negativa no Twitter. Tenho um arquivo no Notion onde documento, por data e hora, 'Oh, esse cara reclamou disso, e esse outro reclamou daquilo'".

Rabbitt R1 | Imagem: Montagem feita pelo Xataka

O celular

Dispositivos como o Rabbit R1 ou o AI Pin podem ser um tanto redundantes. Afinal, os celulares são capazes de executar modelos de inteligência artificial ou, em seu lugar, oferecer acesso à internet. Eles oferecem o que um celular faz, mas sem as vantagens de um celular.

Em que contexto é necessário um dispositivo que pode me pedir um Uber quando eu levo menos tempo fazendo isso com o aplicativo no celular? É necessário um dispositivo adicional para obter direções quando basta tirar o celular do bolso para consegui-las? Essas são algumas das perguntas que esse tipo de gadget ainda precisa responder.

Texto traduzido e adaptado do site Xataka Espanha

Imagem | Rabbit

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