Em 15 de setembro de 2024 a China passou a restringir a exportação de antimônio e alguns de seus derivados, como o óxido de antimônio. Esse movimento faz parte da política de controle de matérias-primas estratégicas, adotada pela China em resposta à pressão exercida pelos EUA e seus aliados no âmbito geopolítico e na indústria de semicondutores.
Em dezembro de 2023, o governo liderado por Xi Jinping já havia decidido limitar a exportação dos também muito valorizados metais de terras raras (importantes para a indústria de tecnologia devido à sua condutividade). Esse precedente agora se repete com o antimônio.
A partir de agora, as empresas chinesas que quiserem exportar o antimônio deverão solicitar uma licença de exportação, que será aceita ou negada dependendo do destinatário e do uso que será dado ao material. É a mesma estratégia que a China já aplica aos metais de terras raras, ao germânio, ao gálio e ao grafite.
As propriedades físico-químicas desse metal o tornam ideal para integrar ligas metálicas que precisam suportar temperaturas extremas, razão pela qual é frequentemente utilizado na produção de munição, armamento nuclear e mísseis. No entanto, nem todas as suas aplicações têm caráter bélico: ele também é usado na fabricação de alguns tipos de baterias e células fotovoltaicas. Na atual conjuntura de tensão entre os blocos liderados por EUA e a China, o antimônio é um elemento químico estratégico.
A China controla quase metade da produção mundial de antimônio
O Serviço Geológico dos EUA estima que a China produziu, em 2023, 48,2% do antimônio disponível em todo o planeta. Além de controlar praticamente metade do antimônio mundial, o país asiático também decidiu restringir a exportação dos processos de fundição e das tecnologias que utiliza para separar o ouro do antimônio. Um detalhe interessante: embora a China continue sendo a maior produtora mundial desse metal, sua participação em anos anteriores era ainda maior.
O Ministério do Comércio da China argumentou que a China está defendendo sua própria segurança ao limitar a exportação de antimônio e suas tecnologias de processamento. Essa é, essencialmente, a mesma justificativa utilizada pelos EUA quando aprovam novas proibições destinadas aos fabricantes chineses de semicondutores. De forma geral, pode-se dizer que estamos presenciando mais um "cabo de guerra" entre as duas potências.
O governo chinês também destacou que essa medida visa, além de salvaguardar sua própria segurança, cumprir seus compromissos internacionais em relação à não proliferação de armamentos. Também alegou que a restrição à exportação de antimônio não está direcionada a nenhum país em particular.
Esse texto foi traduzido e adaptado do site Xataka Espanha
Imagem | Pixabay
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