Em setembro deste ano, as exportações de petróleo da Venezuela caíram 9%. Problemas como apagões, falhas na estatal PDVSA, sanções dos EUA, eleições conturbadas e o exílio de Edmundo González continuam afetando o setor. Para contornar essa crise, o país está diversificando sua economia.
Venda de medusas
Uma das estratégias adotadas foi exportar mais de 156 toneladas de medusa, Bola de Canhão (uma espécie de água-viva) para a Coreia do Sul. Essa iniciativa do Ministério da Pesca e Aquicultura busca impulsionar exportações fora do setor de petróleo, reduzindo os impactos das sanções e das tensões políticas.
O mercado internacional de medusas
Em muitos países da Ásia, as medusas fazem parte da culinária tradicional e têm usos medicinais. Em locais como China, Japão e Coreia do Sul, há uma indústria em crescimento dedicada a elas. Embora algumas espécies de medusas possam ser tóxicas, outras, como a Bola de Canhão e a Rhopilema, são seguras para o consumo humano.
Agora, a Venezuela quer se estabelecer de vez nessa indústria como exportadora, juntando-se a países como Argentina, México, Peru e Colômbia, que já consolidaram suas produções ao longo dos anos. A Venezuela, no entanto, possui uma vantagem competitiva graças à abundância natural dessas medusas e às tensões comerciais que favorecem o país. O governo planeja concentrar seus esforços na aquicultura.
Mas o quão perigosa é essa espécie?
A Bola de Canhão possui em seus tentáculos um filamento tóxico que atua como mecanismo de defesa. Esse veneno pode causar desde erupções cutâneas até complicações graves, como problemas respiratórios, asfixia e anafilaxia. Apesar disso, a medusa é segura para o consumo humano.
Reduzir a dependência dos hidrocarbonetos
Essa é a mensagem oficial do Ministério da Pesca e Aquicultura, mas o país enfrenta outros desafios. Apesar de possuir uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela tem sofrido com altos e baixos ao longo do ano, em grande parte devido à infraestrutura deteriorada, à falta de investimentos, às sanções internacionais e à má gestão da estatal PDVSA, a Petróleos de Venezuela, S.A.
Cenário global
Com o conflito no Oriente Médio em andamento, o secretário-geral da OPEP visitou a Venezuela para discutir o mercado de energia. Atualmente, a PDVSA está produzindo cerca de 922 mil barris de petróleo por dia, bem menos do que em anos anteriores. Isso se deve, em parte, às sanções dos EUA, que dificultam a livre comercialização do petróleo venezuelano.
Imagen | Flickr e Pixabay
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