O asteroide 2024 YR4 tem gerado um interesse inesperado desde o seu descobrimento em 27 de dezembro. Embora a probabilidade de impacto com a Terra seja muito baixa, passando de 1% para 2% à medida que novas observações são feitas, os cientistas enfrentam dificuldades para determinar o tamanho exato do objeto.
Para resolver essa questão, eles recorreram ao telescópio espacial mais poderoso da história, o James Webb, para obter respostas mais precisas.
O problema
Um dos maiores desafios na medição do asteroide está relacionado ao método utilizado, que depende da luz refletida pela sua superfície. As estimativas de tamanho para o 2024 YR4 variam entre 40 e 90 metros de diâmetro, um intervalo muito amplo para determinar o risco de um eventual impacto com o nosso planeta.
Isso ocorre porque o cálculo do tamanho é feito com base na luz visível refletida, e o asteroide pode ser um objeto de 40 metros muito reflexivo ou um objeto de 90 metros com uma superfície escura.
Recentemente, o asteroide foi identificado pelos cientistas do Catalina Sky Survey Project, financiado pela NASA. Este projeto determinou o possível "corredor de risco" do 2024 YR4, que é a área da Terra onde o asteroide pode colidir.
Visualização completa
A trajetória do corpo celeste abrange uma faixa estreita que vai do norte da América do Sul, atravessa o Pacífico e segue até a África subsaariana e a Ásia. Esse caminho inclui áreas densamente povoadas como Chennai (Índia) e a Ilha de Hainan (China), além de países como Índia, Paquistão, Bangladesh, Etiópia, Sudão, Nigéria, Venezuela, Colômbia e Equador.
A estrutura
Com um tamanho estimado semelhante ao da Estátua da Liberdade, o 2024 YR4 poderia causar danos significativos em qualquer região habitada dentro da sua zona de risco. No pior cenário, um impacto poderia afetar uma área de até 19 km em todas as direções a partir do ponto de colisão, comprometendo infraestruturas e possivelmente resultando em vítimas fatais.
O Telescópio Atlas, no Chile, foi o primeiro a detectar o asteroide em 27 de dezembro de 2024, após sua aproximação da Terra em 25 de dezembro. Desde então, sua órbita tem sido monitorada para prever possíveis riscos.
Embora no início as incertezas sobre sua trajetória fossem grandes, com as novas observações, os cálculos se tornaram mais precisos.
O que dizem os especialistas?
O professor de astronomia planetária da Universidade de Edimburgo, Colin Snodgrass, afirmou ao The Guardian que "muito provavelmente o asteroide passará sem causar danos". No entanto, ele ressaltou que o objeto ainda precisa de mais observações com telescópios para confirmar essa previsão. "Quanto mais acompanharmos sua órbita, mais precisas se tornarão nossas previsões", explicou Snodgrass.
O risco, embora pequeno, é suficiente para que a ONU tenha ativado, pela primeira vez, seu Protocolo de Segurança Planetária. Atualmente, o 2024 YR4 está classificado como nível 3 na Escala de Torino, que mede o risco de objetos espaciais.
Essa classificação é incomum para asteroides desse tamanho, já que corpos menores geralmente queimam na atmosfera sem causar grandes danos.
A próxima aproximação do 2024 YR4 ocorrerá em 2028, mas sem risco de impacto. Enquanto isso, cientistas continuam a buscar imagens de arquivo que possam ter capturado o asteroide em passagens anteriores, o que ajudaria a refinar os cálculos de sua órbita e fornecer previsões mais precisas sobre sua trajetória futura.
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