A instalação é uma das barreiras para o sucesso dos painéis solares; a China quer consertar isso com "adesivos”

Empresa chinesa Polyshine Solar aposta em painéis solares leves, flexíveis e extremamente fáceis de instalar

Painéis solares flexíveis e leves são o que propõe a empresa chinesa Polyshine / Imagem: Polyshine
Sem comentários Facebook Twitter Flipboard E-mail
victor-bianchin

Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Apostar na instalação de painéis solares é algo que se mostra fundamental na corrida pela descarbonização. E o país que se propôs a dominar a produção e venda desses painéis é a China. Diversas empresas entraram no ramo da produção de painéis fotovoltaicos, a ponto de se originar uma guerra de preços que não tem favorecido a própria indústria.

E, nesse cenário de competitividade selvagem, apostar na inovação é essencial. Como resultado disso, uma dessas empresas apresentou recentemente seus novos produtos. O objetivo: cobrir todos os telhados com esses painéis solares flexíveis.

Os destaques

Essa empresa é a Polyshine Solar, uma companhia com sede em Xangai que há anos se concentra em fabricar painéis solares que possam ostentar uma característica muito singular: serem leves. Isso não é nada simples, mas, na abertura da Semana Mundial da Energia Inteligente, realizada em Tóquio, a empresa chinesa apresentou seus novos painéis flexíveis.

Esses painéis se destacam por três características principais: sua instalação simples com uma camada adesiva que permite uma implantação rápida, sua flexibilidade para se adaptar a diversas superfícies e seu peso 70% menor do que os painéis de vidro convencionais.

Por trás desses senhores satisfeitos estão os painéis Por trás desses senhores satisfeitos estão os painéis

“Mudança de paradigma”

Embora o que mais chame a atenção seja o peso do painel e um raio de curvatura que, segundo a empresa, é de 0,5 metro, o que eles definem como uma “mudança de paradigma” na transição energética é a facilidade de aplicação do painel. Graças a essa simplificação da instalação — reduzida ao processo de “colar e gerar eletricidade” —, a Polyshine Solar acredita que isso tornará o acesso às fontes renováveis mais democrático.

Os módulos estão disponíveis em várias versões, com potências que variam entre 505 W e 535 W. A eficiência de conversão de energia vai de 19% a 20,1% e os painéis têm dimensões de 2.246 x 1.185 x 2,5 mm e peso de 7,5 kg.

Essa combinação de peso, flexibilidade e facilidade de instalação “elimina as barreiras de instalação em superfícies curvas ou estruturas com baixa capacidade de carga, sem necessidade de custos adicionais de adaptação”, comenta a empresa. Além da superfície adesiva, os painéis também podem ser pendurados e fixados com correias.

Garantias e desafios

A Polyshine afirma que, após 25 anos, seus painéis manterão pelo menos 84,8% de sua potência original. Eles têm proteção IP68 contra água e poeira graças a um encapsulamento em EVA e podem operar em uma faixa de temperatura de -40 °C a 85 °C. Há alguns anos, os painéis leves da empresa vêm sendo instalados em locais como barreiras acústicas em rodovias dentro de áreas urbanas, resistindo às vibrações causadas pelos veículos.

No entanto, como também destaca a empresa, conseguir reduzir o peso não é algo simples e entra em conflito com a eficiência. Cada aumento de 0,1% na leveza e flexibilidade representa um desafio, pois pode impactar a produção de energia. Para enfrentar isso, a empresa apostou nos últimos anos em materiais altamente transparentes — e os resultados são módulos que geram 2% mais energia nas mesmas condições do que produtos semelhantes.

Eles não especificam quais seriam esses produtos semelhantes, mas comentam que, embora 2% possa parecer pouco, ao instalar 1.000 m² de seus painéis, isso representa 5.000 kWh adicionais por ano. Mais do que um discurso corporativo, esse avanço reflete uma mudança de foco na indústria: não se trata apenas de melhorar a eficiência energética, mas também de otimizar peso e facilidade de instalação para acelerar a adoção das energias renováveis.

Imagens | Polyshine (LinkedIn)

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

Inicio