Desde 1999, a Rússia manteve em manutenção seu último cruzador de batalha da classe Kirov, o Almirante Nakhimov, maior navio de combate de superfície do mundo. Agora, após 25 anos, colocou novamente em funcionamento os dois reatores nucleares da embarcação.
Este é um dos quatro cruzadores de batalha da classe Kirov construídos pela Armada Soviética na década de 1980. Naquela época, eram os navios de combate de superfície mais imponentes do mundo, com um deslocamento de 28.000 toneladas, mais de três vezes o tamanho dos destróieres norte-americanos da classe Arleigh Burke e mais do que o dobro de qualquer outro navio de combate de superfície. Sua velocidade permitia que se movesse ao lado de um porta-aviões da classe Izumo japonesa.
Além disso, são os únicos navios de combate de superfície que utilizam sistemas de propulsão nuclear, o que lhes permite manter altas velocidades e, ao mesmo tempo, operar armamentos e sensores de alto consumo energético por períodos prolongados.
Segundo meios de comunicação estatais, o primeiro reator deste navio foi colocado em funcionamento no final de janeiro, enquanto o segundo foi ativado em 2 de fevereiro. Agora, com ambos em operação, é demonstrado que o Almirante Nakhimov possui uma planta de energia nuclear totalmente funcional em todos os modos exigidos.
Uma espera para sua reentrada em serviço
O processo de modernização do navio começou em 1999 e enfrentou vários atrasos ao longo dos anos. Espera-se que os trabalhos sejam concluídos finalmente no verão de 2025.

Este cruzador começou sua vida operacional em abril de 1989 e, ao final da Guerra Fria, ficou atracado permanentemente no porto de Sevmash aguardando reparos. Desde 2013, estava à espera da reativação de seus reatores nucleares para seu eventual retorno ao serviço, agora com novos sistemas de armas que aumentarão seu poder de fogo, permitirão o lançamento de mais missões e integrarão sistemas de defesa aérea aprimorados, além de novos sensores e armamentos ofensivos.
Segundo Andrei Dyachkov, diretor executivo do Severnoye Design Bureau, as melhorias deste cruzador fazem parte do alto potencial de modernização que esses navios tinham desde seu design original. Isso facilitou a implementação de modificações que permitiram equipá-lo com melhores armamentos e transformá-lo no "navio de combate de superfície mais forte do mundo".

No total, possui 176 mísseis de longo alcance, incluindo os hipersônicos antinavio Zircon, impulsionados por um motor scramjet. Além disso, conta com um sistema de propulsão nuclear dual, embora, diferentemente de variantes mais modernas como a classe Tipo 055 chinesa e a Zumwalt americana, não incorpore características de stealth.
A origem e o futuro do Almirante Nakhimov
De acordo com a Military Watch Magazine, os navios da classe Kirov foram desenvolvidos quando a União Soviética buscava competir no desenvolvimento de armamentos com os Estados Unidos.

Por outro lado, a Rússia pós-soviética não construiu destróieres nem cruzadores para sua própria frota, exceto os destinados à exportação. Seus atuais navios de combate de superfície têm um quinto, ou menos, do tamanho do Nakhimov, o que poderia torná-lo o navio símbolo da frota do país.
De acordo com o diretor-geral da Sevmash, Mikhail Budnichenko, o Almirante Nakhimov poderá cumprir missões de combate em qualquer parte do oceano, em qualquer clima e condições meteorológicas, e terá uma vida operacional de mais 30 anos.
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka México.
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