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“Sou milionário e não sei o que fazer da minha vida”: um milionário procura ideias porque o dinheiro não lhe deu felicidade

  • Aos 34 anos, Vinay Hiremath tem muito dinheiro e tempo, mas não sabe o que fazer da vida.

  • Depois de viajar pelo mundo e quase morrer no Himalaia, espera encontrar um sentido para a vida estudando física no Havaí.

Milionário não sabe o que fazer com tanto dinheiro. Imagem | Unsplash (Hariom Sharma)
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Há quem pense que tudo o que precisa para ser feliz é uma conta bancária com saldo digno de um número de telefone. A ciência confirma isso. Outros, porém, nem com todo o dinheiro do mundo conseguem encontrar a felicidade.

Vinay Hiremath, um engenheiro de 34 anos, nascido na Índia e vivendo nos EUA, ficou milionário rapidamente, mas não sabe o que fazer para ser feliz. Então, resolveu compartilhar sua situação em sua página pessoal, na esperança de que alguém lhe desse ideias sobre o que fazer com a própria vida. "Eu sei. É uma situação completamente surreal", escreveu o milionário.

Milionário com todo o tempo do mundo

Hiremath cofundou a startup Loom em 2015, junto com Shahed Khan e Joe Thomas. A empresa desenvolveu um software que permitia capturar telas e gravar vídeos dentro de aplicativos de terceiros. No auge, durante a pandemia, a necessidade de gravar reuniões e tirar prints de videochamadas disparou, fazendo com que o valor da empresa crescesse rapidamente.

Em 2023, a Atlassian comprou a empresa que ele fundou por 975 milhões de dólares, dos quais Hiremath recebeu 60 milhões como parte de um pacote de compensação pela sua saída.

Após a venda, o jovem milionário se viu com uma fortuna no bolso e todo o tempo do mundo para gastá-la com coisas que o fizessem feliz. Mas aí veio a primeira decepção. "Tenho uma liberdade infinita, mas não sei o que fazer com ela e, para ser sincero, não sou a pessoa mais otimista em relação à vida", escreveu Hiremath em seu blog.

Nas primeiras semanas, ele se dedicou a conversar com empreendedores e especialistas em robótica, na esperança de encontrar um projeto empolgante para se envolver e ajudar a crescer, como já havia feito com sua própria empresa anos antes. Mas nada o inspirou. "Comecei a perceber que, no fundo, o que eu realmente queria era ser como o Elon [Musk], e isso é incrivelmente vergonhoso. Me dói até escrever isso", confessou o milionário.

Como não sabia o que fazer com seu dinheiro, pensou que talvez fosse uma boa ideia dar uma parte significativa de sua fortuna para que seus pais pudessem se aposentar mais cedo. Também tentou aproveitar a vida viajando pelo mundo e passou seis meses explorando diferentes lugares ao lado da namorada. Infelizmente, isso também não funcionou.

Além de não encontrar um propósito, a viagem acabou resultando no fim do relacionamento, após "dois anos de amor incondicional". "Começamos a discutir com frequência, e eu sabia que a culpa não era dela, mas minha", admitiu.

Não é sobre o que você tem, mas o que você faz

Depois do término, o milionário percebeu que nada do que fizesse o faria se sentir realizado se antes não encarasse a si mesmo. Ele precisava de um momento de introspecção: "enfrentar a si mesmo por completo".

Criar sua empresa havia lhe dado um propósito, e ficar sem um objetivo claro o deixou desorientado. Buscando se reencontrar, decidiu escalar o Himalaia — sem preparação e sem experiência.

No auge da aventura, à beira da hipoxia devido à falta de oxigênio, percebeu que definitivamente sua "verdadeira essência" não estava nas montanhas. Então, voltou para casa, mas não sem antes escalar dois dos picos da cordilheira.

"Completei as duas montanhas que havia planejado e, mais uma vez, percebi o quanto é importante para mim enfrentar desafios. Isso é o que dá sentido à minha vida, e eu não entendo totalmente o porquê, mas provavelmente tem a ver com o fato de que não tive a melhor infância", escreveu o milionário.

Ao voltar para casa e contar aos amigos as conclusões que tirou enquanto estava pendurado por uma corda de rapel no Himalaia, eles brincaram dizendo que ele deveria trabalhar para Elon e Vivek no projeto DOGE, ajudando os Estados Unidos a sair da crise atual e evitar pagar sua própria dívida. "Então, entrei em contato com algumas pessoas e fui aceito", relatou.

Durante um mês, o milionário conversou com diversos candidatos para integrar o novo departamento "extragovernamental" liderado por Elon Musk. "Aprendi sobre o poder da urgência e de ter uma missão inegável. Não foi algo que li em algum lugar, foi algo que experimentei na prática", afirmou.

No entanto, o milionário percebeu que essa não seria a sua batalha. "Após quatro semanas intensas e empolgantes, cancelei meus planos de me mudar para Washington e embarcar em uma missão para salvar nosso governo ao lado de algumas das pessoas mais inteligentes que já conheci. Em vez disso, comprei uma passagem só de ida para o Havaí", revelou Hiremath.

Atualmente, ele finalmente encontrou um propósito: "estabelecer as bases dos meus princípios fundamentais e, no futuro, criar uma empresa que fabrique coisas do mundo real". Depois de uma jornada intensa sobre a condição humana, o engenheiro afirma que "aprendeu a aceitar que sou feliz estudando física". Afinal, não é mais rico quem tem mais, mas quem precisa de menos.

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