É evidente que a Geração Z mudou a forma tradicional de se trabalhar. Desde não aceitar atitudes tóxicas e trocar de trabalho constantemente, até se empolgar com uma mesa própria no escritório, essa geração mostra sinais que, pouco a pouco, confirmam as novas tendências do mundo do trabalho – incluindo a dedicação a empregos de trabalho braçal.
Embora muitos de nós tenhamos crescido com a ideia de que cursar uma universidade pode garantir uma vida digna e um emprego melhor remunerado, a realidade é diferente. Assim, em meio ao boom do desenvolvimento tecnológico e da indústria dos games como alternativa à vida de escritório, os jovens norte-americanos descobriram outra mina de ouro nos trabalhos tradicionais. Sim, eles estão virando encanadores, eletricistas e mecânicos.
Como reporta a CNBC, jovens dos EUA começaram a ocupar os espaços deixados pelo trabalho manual e pelos ofícios da classe trabalhadora. Isso acontece graças às vagas que surgem conforme as gerações anteriores se aposentam.
A estabilidade e a possibilidade de bons rendimentos oferecidos por esses trabalhos são especialmente atraentes para a Geração Z. Ao iniciar suas carreiras profissionais em um mercado de trabalho mais desafiador, surge a oportunidade de abandonar a universidade e focar em outras ocupações.
Um exemplo disso é o testemunho de Crist Morillon. Aos 16 anos, ela fez uma aula de oficina automotiva em sua escola de ensino médio em Phoenix, Arizona. Atraída pelo desafio de resolver problemas do dia a dia e trabalhar com automóveis, Morillon decidiu abandonar a universidade e se dedicar em tempo integral à profissão de técnica automotiva. Dez anos depois, conseguiu comprar sua primeira casa.
"Não queria passar mais quatro anos sentada atrás de uma mesa aprendendo. Sabia que queria trabalhar com automóveis e não precisava de um diploma para isso."
— Crist Morillon para a CNBC.
Depois de deixar a universidade, Morillon se matriculou em um programa de treinamento no Universal Technical Institute, em Avondale. Com uma bolsa de 15 mil dólares (R$ 86 mil), se formou em 2017 e, assim que concluiu o curso, conseguiu um emprego como assistente de serviço na Tesla. Em 2021, foi contratada como técnica de serviço na Lucid Motors. Atualmente, recebe cerca de 78 mil dólares (R$ 450 mil) por ano.
Por outro lado, atraídos pela promessa de ganhos anuais de seis dígitos, muitos jovens enfrentam uma realidade em que o esforço visível quase nunca se traduz em retorno financeiro. É inegável que aqueles que escolhem esse caminho geralmente têm plena consciência da situação atual: dedicar quatro ou cinco anos aos estudos universitários pode deixá-los presos em uma posição difícil na hora de construir a própria vida.
Mas a questão não se resume apenas a buscar um novo estilo de vida, e sim a modernizar as condições de trabalho por completo. Esse é o caso da China, onde, devido à escassez de mão de obra, o país tem respondido com a modernização de suas fábricas. Agora, além de melhores salários, são oferecidas cafeterias e até creches, tudo projetado para atrair a nova geração de trabalhadores.
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka México.
Ver 0 Comentários