Telescópios de raios X revelaram um objeto inimaginável: uma superestrutura com mais de um bilhão de anos-luz de diâmetro

  • Cinco superaglomerados concentram aproximadamente 30% das galáxias e 25% da matéria do universo.

  • Quipu é a maior superestrutura já descoberta.

Telescópios de raios X revelaram um objeto inimaginável: uma superestrutura com mais de um bilhão de anos-luz de diâmetro. Imagem: Max Planck Institute
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Quase um terço das galáxias conhecidas estão agrupadas em cinco superestruturas – e os astrônomos acabam de descobrir a maior delas. Com um diâmetro superior a 1 bilhão de anos-luz, Quipu é a maior superestrutura já identificada no universo.

O superaglomerado Quipu

Quipu é um superaglomerado de galáxias com mais de 1,3 bilhão de anos-luz de extensão (mais de 400 megaparsecs) e uma massa estimada em 2 × 10¹⁷ massas solares – o equivalente a 200 quatrilhões de vezes a massa do Sol.

Essa gigantesca estrutura recebeu o nome de Quipu em homenagem ao sistema de cordas e nós dos incas, utilizado para contar e registrar informações. Assim como os quipus incas armazenavam mensagens, os astrônomos agora tentam decifrar os filamentos e ramificações cósmicas dessa superestrutura colossal.

A teia cósmica da matéria

Nossa galáxia, a Via Láctea, faz parte do Grupo Local, junto com Andrômeda, a Galáxia do Triângulo e várias galáxias satélites. O Grupo Local, por sua vez, pertence a uma enorme coleção de aglomerados chamada Superaglomerado de Virgem.

Esse superaglomerado, por sua vez, está inserido em uma estrutura ainda maior e filamentosa conhecida como Laniakea. Com aproximadamente 100.000 galáxias, Laniakea se estende por 520 milhões de anos-luz. À medida que a escala aumenta, a matéria do universo forma uma rede cósmica, que os astrônomos estão tentando mapear.

Cinco superestruturas

Um grupo internacional de astrônomos da Alemanha, África do Sul e Espanha realizou o primeiro estudo global das maiores estruturas do universo.

Com base em dados de aglomerados de galáxias observados em raios X pelo CLASSIX Cluster Survey, os pesquisadores identificaram cinco superestruturas especialmente proeminentes:

  • Quipu
  • Shapley
  • Serpens-Corona Borealis
  • Hércules
  • Sculptor-Pegasus

Essas cinco superestruturas concentram aproximadamente 30% das galáxias e 25% da matéria do universo, ocupando cerca de 13% do volume total.

Seus filamentos laterais lembram os nós de um quipu, sugerindo que essas gigantescas formações podem codificar informações essenciais sobre a origem e evolução do cosmos.

A influência de Quipu

Imensas concentrações de massa como Quipu são fundamentais para entender como a rede de matéria do cosmos se organiza e por que há discrepâncias entre a constante de Hubble – que mede a expansão do universo – e a velocidade com que as galáxias se afastam umas das outras.

A enorme massa de Quipu tem um impacto significativo. Sua força gravitacional é tão intensa que pode estar induzindo movimentos peculiares nas galáxias, além de causar distorções na radiação cósmica de fundo em micro-ondas – um eco fraco do Big Bang que ainda permeia o universo.

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