No final dos anos 90, Michael B. Jordan iniciou sua carreira com pequenas aparições diante das câmeras. No entanto, alcançou o estrelato com o lançamento de Creed, filme que deu um novo fôlego à franquia Rocky. Em 2018, participou de Pantera Negra, uma experiência que acabou trazendo uma forte bagagem psicológica.
No que foi sua terceira colaboração com o diretor Ryan Coogler, Jordan interpretou o antagonista Erik Killmonger. Esse vilão se tornou um dos personagens mais marcantes do filme e do Universo Marvel como um todo. Contudo, o processo de interpretação levou o ator a uma experiência emocionalmente intensa e custosa.
Segundo Jordan contou à revista Rolling Stone, ele passou por vários momentos de isolamento, além de explorar pensamentos de dor e frustração para compreender melhor sua interpretação.
"Killmonger me permitiu acessar a dor e a frustração que eu tinha, sem pedir desculpas. Mas, depois, obviamente, há uma tristeza que acompanha isso. Eu me aprofundei nisso por muito mais tempo do que antes. Durante as filmagens, me mantive afastado da família, das crianças e de tudo o que Killmonger nunca teve."
Michael B. Jordan, em entrevista à Rolling Stone.
Esse sentimento foi expresso em outra entrevista, desta vez a Oprah Winfrey, onde ele contou o processo que teve para realizar seu trabalho de forma perfeita. Além disso, enfatizou que as emoções de Killmonger representam o que é ser uma pessoa afro-americana nos Estados Unidos, uma missão que ele não levou de forma leviana.
"Simplesmente fiz o que senti que precisava fazer, ou o que senti que era certo naquele momento, a cada passo do caminho. Não havia nenhum plano, tampouco tinha um plano de fuga. Viver cada dia era apenas entrar nesse espaço. E tentei permanecer lá o máximo de tempo possível."
Michael B. Jordan, em entrevista a Oprah Winfrey.
Assim, após concluir seu trabalho em Pantera Negra, Jordan precisou de tempo para se reconectar consigo mesmo e se reajustar às relações com as pessoas que se preocupavam com ele, depois de ter negligenciado o amor e as conexões pessoais por tanto tempo.
"Acho que estar nesse tipo de estado mental, tão real, inflexível... o tempo todo, me afetou. Eu estava um pouco deprimido."
Foi assim que o processo de "desvendar" essa experiência, junto com o tempo e a terapia, ajudaram-no a reestruturar sua mente e superar as barreiras emocionais que desenvolveu. Além disso, ele dedicou tempo para se conscientizar sobre a importância da saúde mental masculina.
"Como homem, acho que temos muita resistência a isso em geral, sabe, o que é ser masculino. Realmente não concordo com isso, porque sinto que todos precisam se abrir e falar, seja com um terapeuta, um amigo próximo ou um familiar."
Também estrelado por Chadwick Boseman, Lupita Nyong'o, Angela Bassett e Daniel Kaluuya, o longa-metragem indicado ao Oscar de Melhor Filme, Pantera Negra, pode ser assistido no Disney+.
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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