Depois de triunfar com seus chips de IA, a NVIDIA voltou sua atenção para outra tecnologia disruptiva: computadores quânticos

Em janeiro, Jensen Huang acreditava que os computadores quânticos úteis levariam 20 anos para chegar. Agora, ele já não pensa assim

CEO da NVIDIA diz que computadores quânticos estão próximos / Imagem: NVIDIA
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

A aposta da NVIDIA nos computadores quânticos está cada vez menos tímida. Jensen Huang, cofundador e diretor-geral da empresa, anunciou em março, em sua conferência anual para desenvolvedores, que abrirá um laboratório dedicado exclusivamente à pesquisa em computação quântica. Ele será instalado em Boston (EUA) e permitirá que os engenheiros da NVIDIA trabalhem lado a lado com os pesquisadores da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). O laboratório começará a operar no final de 2025.

Esse movimento estratégico deixa absolutamente claro que Huang não quer ficar de fora de uma tecnologia que, presumivelmente, causará uma disrupção no médio prazo. O mais curioso é que, antes de oficializar a criação de seu novo laboratório voltado ao desenvolvimento de tecnologias quânticas, o executivo não perdeu a oportunidade de se retratar. No início de janeiro, algumas de suas declarações provocaram uma queda brusca nas ações de empresas envolvidas com o desenvolvimento de computadores quânticos.

“Se você dissesse 15 anos, provavelmente estaria sendo otimista. E se dissesse 30, seria pessimista. Mas se optar por 20 anos, acho que muitos de nós acreditaríamos nisso”, afirmou Jensen Huang naquela ocasião. Com essa reflexão, ele buscava prever quando as máquinas quânticas realmente úteis estariam prontas — ou seja, capazes de lidar com uma ampla gama de problemas. Mas ele mudou de ideia. Apenas dois meses e meio depois, parece estar convencido de que os computadores quânticos totalmente funcionais estarão prontos muito antes.

Com a correção de erros dos computadores quânticos no centro das atenções

O flerte da NVIDIA com os computadores quânticos, na verdade, não é novo. A empresa já colabora há mais de dois anos com a companhia israelense Quantum Machines. Essa empresa é especializada no desenvolvimento de hardware e software para máquinas quânticas e, junto com a NVIDIA, desenvolveu uma arquitetura de baixa latência e alto desempenho que busca impulsionar o avanço da computação quântica.

A NVIDIA contribuiu com seu sistema CPU/GPU Grace Hopper, uma poderosa máquina projetada para executar aplicações de inteligência artificial e oferecer desempenho de alto nível em cenários de computação de alto rendimento, além do seu modelo de programação de código aberto CUDA Quantum. Seu parceiro nesse projeto, a Quantum Machines, ficou responsável pela integração e ajuste de uma plataforma quântica que, segundo as duas empresas, foi especialmente projetada para operar em sistemas híbridos nos quais o hardware clássico e o quântico convivem em harmonia.

O objetivo da plataforma DGX Quantum — nome dado ao hardware desenvolvido por essas duas empresas — é ajudar os pesquisadores da área de computação quântica a criar novos algoritmos quânticos. Pode parecer surpreendente que seja possível usar hardware clássico para desenvolver algoritmos quânticos, mas isso é perfeitamente viável. Na verdade, essa estratégia contribui para democratizar o acesso à computação quântica, permitindo que muito mais pesquisadores implementem e testem suas ideias sem depender diretamente de um protótipo de computador quântico.

No entanto, a plataforma DGX Quantum também serve, segundo a NVIDIA, para calibrar sistemas quânticos e controlá-los. A empresa, inclusive, almeja desempenhar um papel de destaque no desenvolvimento de um sistema de correção que permita aos computadores quânticos corrigirem seus próprios erros. Jensen Huang enfatizou essa ideia durante sua conferência na GTC 2023, e não há dúvida de que se trata de uma possibilidade muito atraente.

Imagem | NVIDIA

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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