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Pista curta, montanhas e falta de Sistema de Pouso por Instrumentos: apenas 50 pilotos estão certificados para pousar neste aeroporto

Trata-se do Aeroporto Internacional de Paro, que está rodeado por montanhas de até 5.000 m

Imagem: Jan Huber (Unsplash)
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Nem todos os aeroportos do mundo apresentam o mesmo nível de dificuldade para aterrissar. Alguns são especialmente desafiadores — o Aeroporto Internacional de Paro, no Butão, é um deles. Segundo o experiente comandante Chimi Dorji, em entrevista à CNN, apenas cerca de 50 pilotos possuem a certificação necessária para pousar nessa parte do planeta. O motivo: uma combinação bastante peculiar de condições operacionais e aspectos geográficos.

O Aeroporto Internacional de Paro está rodeado por enormes montanhas de até 5.000 m de altura. Aqui surge a primeira dificuldade para o desenvolvimento da atividade aeronáutica na região — o terreno limita enormemente as atividades de aproximação e fuga dos pilotos. Mas isso não é tudo. A pista de 2.265 m não é muito extensa e, além disso, só é visível em um momento bem avançado da aproximação.

Um pouso desafiador

Quando o avião se aproxima do aeroporto, ele deve realizar uma curva acentuada nas etapas finais do pouso. Vale destacar que esse procedimento é feito de maneira completamente manual. Os pilotos não contam com a ajuda do Instrumental Landing System (ILS). Estamos falando de um sistema de pouso com visibilidade reduzida que fornece orientações verticais e horizontais até alguns poucos metros antes do toque na pista.

Além disso, o sistema não funciona apenas com os instrumentos do avião, sendo necessária uma infraestrutura específica em terra, como antenas localizadoras. Os pilotos, por outro lado, contam com o Very High-Frequency Omni-directional Range (VOR), um sistema de radionavegação VHF de curto alcance que é bastante diferente e os ajuda durante o processo de aproximação à pista.

As autoridades locais limitaram as operações do aeroporto ao período diário, que tem iluminação natural, portanto não há voos noturnos. Também não são recomendáveis pousos ou decolagens após o meio-dia, pois as condições climáticas tendem a mudar desfavoravelmente. A região costuma registrar ventos anabáticos e catabáticos (ventos que carregam ar de alta densidade para cima e para baixo de uma montanha, respectivamente) principalmente à tarde, o que torna as manhãs mais adequadas.

Atualmente, apenas duas companhias aéreas operam no Aeroporto Internacional de Paro. Temos a Drukair, também conhecida como Royal Bhutan Airlines, que é a companhia aérea oficial do Butão. Ela possui uma pequena frota de cinco aeronaves, composta por três Airbus A319-100, um Airbus A320neo e um turboélice ATR 42. A outra companhia aérea é a Bhutan Airlines, uma empresa privada que opera desde 2011 e possui dois Airbus A319.

Texto traduzido e adaptado do site Xataka Espanha

Imagens | Jan Huber (Unsplash) | Mashrik Faiyaz (CC BY-ND 2.0)

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