A China colocou em funcionamento uma usina solar de 8,6 MW. A notícia poderia passar completamente despercebida, não fosse pelo fato de todos os painéis solares serem feitos com células de perovskita.
A instalação, a maior do mundo construída com tecnologia solar de perovskita, está localizada na encosta de uma montanha em Lishui, na zona rural da província de Zhejiang.
No total, a usina conta com 95.648 painéis solares fabricados pela MicroQuanta Semiconductor, uma empresa especializada no desenvolvimento e comercialização de células fotovoltaicas de perovskita e que já havia inaugurado outras instalações.
Dupla função
Os módulos solares, com 90 W cada, estão inclinados a 22 graus, aproveitando a inclinação natural do terreno, que antes não era explorado. Agora, ele é utilizado de forma dupla, pois os painéis estão elevados a dois metros do solo, integrando o uso agrícola do terreno à geração solar.
O projeto agrivoltaico foi projetado especificamente para os verões quentes e chuvosos, além dos invernos amenos da região. A MicroQuanta destacou que os módulos de perovskita são mais eficientes do que os painéis convencionais em condições de luz solar menos favoráveis, como as do sul da China, devido ao seu baixo coeficiente de temperatura, à capacidade de converter uma maior parte do espectro e à sua rentabilidade.
MicroQuanta Semiconductor
Embora a tecnologia seja historicamente considerada japonesa devido à sua origem e aos esforços recentes para sua implementação, a empresa chinesa MicroQuanta vem desenvolvendo células solares de perovskita desde 2015.
Em 2019, sua equipe de P&D ganhou destaque ao alcançar uma eficiência de 14,24% com um módulo solar de perovskita de grande superfície. Em maio de 2022, a empresa reivindicou um novo recorde mundial ao atingir uma eficiência de conversão de 20,2% com sua tecnologia de terceira geração.
Um olhar para o futuro
Os painéis solares de perovskita são a aposta mais promissora para substituir os de silício cristalino. Eles podem aproveitar uma faixa mais ampla do espectro solar, o que melhora seu desempenho em condições de baixa luminosidade, além de serem mais baratos, pois são fabricados com materiais amplamente disponíveis.
Inspiradas no mineral de mesmo nome, as células de perovskita podem ser produzidas com substratos flexíveis, permitindo sua integração em superfícies móveis ou curvas. Contudo, as mais eficientes são fabricadas integrando também o silício.
Nos últimos anos, o desenvolvimento das células fotovoltaicas de perovskita tem se concentrado em melhorar sua estabilidade e durabilidade, além de eliminar o uso de chumbo em seu processo de fabricação.
Imagem | MicroQuanta Semiconductor
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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