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O medo dominou a indústria do petróleo: o fechamento do estreito de Ormuz pelo Irã

No estreito circulam cerca de 20 milhões de barris por dia, portanto, um fechamento prolongado pode representar uma catástrofe.

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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

O conflito entre Irã e Israel fez com que a atenção internacional se voltasse também para o preço do petróleo. As tensões geopolíticas podem se agravar caso o Estreito de Ormuz seja fechado.

A OPEP está atenta ao Estreito de Ormuz. Localizado entre Omã e Irã, é a porta de entrada para o Golfo Pérsico, por onde circula 20% da produção mundial de petróleo. Por isso, os países da OPEP monitoram um possível fechamento do estreito que possa interromper o fornecimento global. No Golfo do México, há preocupação com o furacão Milton, que pode levar ao fechamento de uma região importante para a produção de petróleo e gás.

Essas situações aumentam os temores de interrupções na oferta de petróleo, elevando o preço do Brent para 80 dólares por barril.

O que aconteceria se o estreito fosse fechado?

No estreito circulam cerca de 20 milhões de barris por dia, portanto, um fechamento prolongado pode representar uma catástrofe. O impacto nos mercados seria imediato, provocando um aumento nos preços do petróleo devido à redução da oferta global. De fato, analistas como o Bank of America estimaram, no ano passado, que o preço do petróleo poderia ultrapassar 250 dólares por barril.

Além da incerteza nos mercados financeiros, os países produtores teriam que buscar alternativas, como a Reserva Estratégica de Petróleo dos Estados Unidos (SPR).

Quem fecharia o Estreito de Ormuz?

Os analistas apontam para o próprio Irã, embora ressaltem que a imprevisibilidade em suas decisões dificulta prever qual pode ser o desfecho. Segundo a Energy Aspects, isso poderia ser uma estratégia para exercer pressão geopolítica.

No entanto, tudo não passa de suposições, e o que se sabe até hoje é que o trânsito no estreito continua fluindo normalmente. Além disso, é importante lembrar que os Estados Unidos mantêm sua Quinta Frota em Bahrein, próxima a esse estreito.

E com a chegada de Milton, o que acontece com a SPR?

Diante da escalada do conflito, os Estados Unidos começaram a acelerar o abastecimento de petróleo, adquirindo mais de 6 milhões de barris. Essa estratégia faz parte da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR) para garantir recursos em momentos de crise. No entanto, a chegada do furacão Milton, agora classificado como categoria 5, adiciona mais uma tensão ao fornecimento de petróleo.

Essa situação forçou os Estados Unidos a recorrer ainda mais à SPR, o que poderá levar a um déficit no fornecimento global. Nessas circunstâncias, a responsabilidade de equilibrar o mercado recai sobre a OPEP e a Rússia, intensificando ainda mais a volatilidade no mercado global.

Capacidade extra na OPEP

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) informou que tem capacidade para cobrir uma possível interrupção no fornecimento iraniano, mas não de forma total nem imediata. A Arábia Saudita e os demais membros da OPEP possuem um excedente de produção de 6,4 milhões de barris diários.

No entanto, uma análise do Citigroup destacou que, caso o fechamento do Estreito de Ormuz seja temporário, os mercados conseguiriam se ajustar, embora os preços do petróleo subissem significativamente antes disso.

Ainda assim, não seria possível compensar a perda total da produção global de petróleo.

Imagem | Zetong Li

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