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A moeda mais procurada da Espanha vale 2 milhões de euros e foi cunhada em 1609: o centén de Segóvia

Tem sua origem nas oficinas do Real Engenho de Açúcar de Segóvia durante os reinados de Filipe III, Filipe IV e Carlos II

Moeda do século XVI tem valor milionário para colecionadores | Blog Numismático / Museu Arqueológico Nacional
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Moedas, notas, medalhas... A numismática é uma aventura que nunca acaba para os colecionadores. Mas entre todas as opções oferecidas por esta categoria de colecionador, as primeiras são as preferidas pelos especialistas. Com o pagamento com cartão (ou mesmo celular), as moedas quase não são mais usadas, mas décadas atrás eram o método de pagamento mais comum em grande parte do mundo. Especialmente antes, no início do século, as pesetas deram lugar aos euros.

Embora 24 anos tenham se passado, os espanhóis ainda têm incríveis 1.575 milhões de euros em notas e moedas da antiga moeda em suas gavetas.

No entanto, na numismática, o valor das moedas não é calculado apenas pelo seu preço de mercado, mas por sua história. De fato, existem outras moedas em nossas fronteiras que não são pesetas, mas têm um valor incrível. E foi a idade, o estado de conservação e o material com que são feitas que fizeram seu preço disparar.

Um dos exemplos mais marcantes é o do "centén segoviano", a joia da coroa dos colecionadores em termos de moedas. Esta moeda de ouro se destaca pelo seu tamanho significativo (o maior da Espanha e um dos maiores da Europa) e pelo seu alto valor de leilão: pode chegar a dois milhões de euros hoje, cerca de R$ 12,4 milhões.

Foram cunhadas nas oficinas do Real Engenho de Segóvia (por isso é chamada centén segoviano) durante os reinados de Filipe III, Filipe IV e Carlos II e equivalem a 100 escudos, medem 7,5 centímetros de diâmetro e pesam aproximadamente 339 gramas de ouro. Elas foram cunhadas por pressão, introduzindo o metal entre duas grandes matrizes e depois aparando o cospel para ajustar seu peso. Finalmente, a moeda foi finalizada à mão, por isso também é uma obra-prima da ourivesaria.

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Elas são decoradas com a cruz de Jerusalém e o brasão dos territórios da Monarquia Espanhola. Outra marca registrada é que na borda está gravada a inscrição latina Phillipus III Dei Gratia (Filipe III pela graça de Deus). No entanto, uma das características que a tornam uma moeda muito rara é que apenas duas séries foram feitas: uma em 1609 e outra em 1633. De acordo com o catálogo de Numismática Espanhola, apenas quatro cópias foram cunhadas em cada uma delas.

Dado seu grande valor na época, algumas pesquisas indicam que era frequentemente usada como um símbolo de reconhecimento público e ostentação. Era também uma forma que os monarcas tinham de recompensar certas figuras proeminentes da nobreza naquela época.

Tal é seu valor que seu interesse cruzou as fronteiras espanholas e colecionadores de todo o mundo estão em busca desta moeda. No momento, os especialistas localizaram apenas uma moeda da primeira série, a de 1609 de Filipe III, e ela saiu em leilão da casa de Áureo y Calico pela assustadora cifra de 800 mil euros. Foi um suíço que se dispôs a dar o preço final de 944 mil euros. Hoje, esse preço se multiplicou e a peça está avaliada em cerca de dois milhões de euros.

De Filipe IV, sabe-se que apenas centenas foram cunhadas em 1623 (uma única peça) e em 1633. Esta última data é a menos rara, com quatro exemplares e três deles em mãos privadas. Destes três, um foi leiloado no mesmo local com um preço inicial de 500 mil euros. Outro deles está no Museu Arqueológico Nacional da Espanha, em Madri.

Não crie muitas esperanças

Embora seja praticamente impossível encontrar um centavo segoviano nas casas espanholas, existem algumas moedas antigas que ainda são um verdadeiro tesouro no mundo do colecionismo e pelas quais você pode pagar verdadeiras fortunas. Conforme indicado no site da Áureo y Calicó, existem vários antecedentes das centenas, como a grande dobla ou dobla de dez doblas de Fernando VI, as 10 e 20 doblas de Juan II, a dobla de 50 enriques ou a 50 excelentes dos Reis Católicos. Todas elas são peças incrivelmente raras, com boa parte delas em mãos privadas.

No caso de ter um exemplar que se suspeite ter um certo valor histórico, o melhor e mais aconselhável é ir a um especialista para verificar seu valor. Deve-se ter em mente que a avaliação pode variar e que são os colecionadores (e compradores), que estão dispostos a investir nelas, que no final conferem valor às moedas devido às suas particularidades incomuns.

Imagem | Blog Numismático / Museu Arqueológico Nacional

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