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Se ‘Kraven’ pode provar alguma coisa, é o quão ruim foi a ideia da Sony de fazer filmes do Homem-Aranha sem o Homem-Aranha.

Nuvens sombrias no futuro do Spider-verso da Sony: Qual será o papel de 'Kraven' nisso tudo?

Cabecera | Sony -  O quão ruim foi a ideia da Sony de fazer filmes do Homem-Aranha sem o Homem-Aranha?
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Muito poucos meses após Venom 3, chega a nova aposta do Spider-verso da Sony. Porém, ao contrário do encerramento da trilogia estrelada por Tom Hardy, Kraven: O Caçador enfrenta perspectivas nada animadoras.

As previsões apontam uma arrecadação de apenas 13 a 15 milhões de dólares no primeiro fim de semana, o que marcaria o pior lançamento da franquia, ficando abaixo da já problemática Madame Web, que estreou com 15,3 milhões.

O fim de uma era?

A sensação de um desastre iminente é tão forte que diversos veículos repercutiram as previsões do The Wrap, sugerindo que Kraven encerraria essa curiosa sequência de filmes do universo de Spider-Man... sem o próprio Spider-Man. Apesar de se basearem em análises e especulações, os rumores fazem sentido, já que o experimento tem gerado grandes prejuízos para a Sony.

A empresa, até o momento, não comentou oficialmente sobre o artigo. Vale lembrar que a relação complicada entre Marvel e Sony vem de longa data.

Os Homens-Aranha do cinema

O Homem-Aranha possui uma trajetória longa e peculiar de adaptações, cada uma literalmente com características únicas. Suas primeiras incursões nem eram exatamente filmes, mas compilações da série de TV do final dos anos 1970, que nem chegaram a todos os países (na Espanha, por exemplo, foram exibidas).

Durante esse período, também surgiu o Spider-Man japonês, criado pela Toei, com monstros ao estilo Power Rangers, em uma série bizarra que mal foi vista na Europa ou na América. Até que, em 1999, a Sony adquiriu os direitos para adaptar o personagem.

Os clássicos

Com essa licença, a Sony produziu duas séries animadas e cinco filmes estrelados por Tobey Maguire e Andrew Garfield. Então, surgiu o MCU, e a Marvel desejava incluir seu personagem mais icônico.

Em fevereiro de 2015, as duas empresas chegaram a um acordo que permitiu a integração do Homem-Aranha como coadjuvante nos filmes da Marvel, enquanto a Sony podia continuar produzindo filmes do herói e de seus vilões clássicos. Foi assim que nasceu essa sequência de produções focadas em inimigos do universo arácnido.

Em setembro, o contrato foi renovado, resultando no maior sucesso de Tom Holland até hoje: No Way Home. A isso se somam as duas (em breve três) brilhantes animações do Spider-verso, que também darão origem a diversos spin-offs.

O fiasco dos vilões

O plano da Sony parecia promissor até decidir abandonar a lógica: filmes do universo do Homem-Aranha sem o próprio Homem-Aranha. A ideia de criar seu próprio "MCU" com um dos personagens-chave desse universo foi tentadora demais.

Desde Venom, ficou claro que os passos seguiam nessa direção: cenas pós-créditos incluíam sequências dos filmes do Homem-Aranha ou conectavam vilões desse subgrupo, como o Abutre de Michael Keaton (da primeira produção de Tom Holland) com o Morbius de Jared Leto, criando pontes que ligavam o Homem-Aranha a essas histórias.

Os números não mentem

Vamos revisar os números das produções deste peculiar Spider-verso:

  • Venom (2018)Orçamento: 100–116 milhões de dólares
    Bilheteria: 856,1 milhões de dólares
  • Venom 2 (2021)Orçamento: 110 milhões de dólares
    Bilheteria: 506,8 milhões de dólares
  • Morbius (2022)Orçamento: 75–83 milhões de dólares
    Bilheteria: 167,5 milhões de dólares
  • Madame Web (2024)Orçamento: 100 milhões de dólares
    Bilheteria: 100,5 milhões de dólares
  • Venom: O Último Baile (2024)Orçamento: 120 milhões de dólares
    Bilheteria: 472,9 milhões de dólares

Observações importantes

Apesar das aparências, o desempenho de Venom: O Último Baile não foi exatamente positivo. O filme começou arrecadando bem menos em seu primeiro fim de semana em comparação com seus antecessores e só se salvou graças à bilheteria internacional.

Os números do restante são evidentes, e a situação é agravada por tropeços inexplicáveis, como o relançamento de Morbius e as controversas declarações de Dakota Johnson durante a divulgação de Madame Web.

Uma franquia desgastada

Com esse histórico, não se trata apenas de Kraven carregar nos ombros a responsabilidade de ressuscitar a franquia, mas sim da necessidade de uma reviravolta completa no conceito, na estética e no conteúdo dessas produções para que elas possam funcionar.

O diretor de Kraven mencionou que, caso houvesse uma sequência, ela seria baseada em A Última Caçada de Kraven, um dos quadrinhos mais icônicos do Homem-Aranha. No entanto, parece que ninguém o avisou de que, para isso, é necessário... o próprio Homem-Aranha.

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