Relato original de Eva Rodriguez de Luis, do Xataka Espanha
Recentemente, o Perplexity anunciou sua chegada ao Android como assistente de voz, o que, na prática, permite esquecer o velho (e incrivelmente insatisfatório) Google Assistant, além de oferecer uma alternativa ao Gemini, o assistente com inteligência artificial do Google e substituto oficial.
Após testar o Gemini, eu avaliei que era um grande avanço em relação à falta de compreensão e contextualização do Google Assistant. Mas mesmo o Gemini ainda está distante do modo de voz avançado do ChatGPT (para mim, o melhor que existe). Não esperava a chegada desse outro elemento da indústria, mas gostei tanto que, hoje, prefiro o Perplexity ao Gemini no meu Android.
Como mudar o assistente de voz para o Perplexity
O primeiro passo é instalar o Perplexity no celular, algo que podemos fazer simplesmente baixando o app gratuitamente na Google Play Store. Para mudar o assistente de voz, vamos até as configurações do celular e em Aplicativos > Aplicativos padrão > App assistente digital > Aplicativo assistente digital padrão e lá tocamos em Perplexity.

A ideia é que ele substitua o Google Assistant nas mesmas funções e que possamos invocá-lo da mesma forma. Por exemplo, no meu Pixel, faço isso com um toque longo no botão de energia, mas há outras formas.
Além disso, precisaremos aceitar as permissões correspondentes para usá-lo como assistente, considerando que vamos interagir com ele por meio da voz, que ele busca na internet em tempo real e que consegue aplicar controle multitarefa sobre outros apps (como veremos mais adiante, poderemos enviar um e-mail, mas também fazer ligações ou abrir o Spotify com nossos comandos).

O que há de melhor no Perplexity como assistente no Android
A chegada da inteligência artificial aos assistentes de voz era algo extremamente necessário, pois os assistentes de primeira geração entendiam o mínimo e isso tinha uma consequência: acabamos usando-os para poucas coisas, já que, com comandos longos e complexos, era uma perda de tempo. Só por isso, deixar o Google Assistant para trás por Gemini ou Perplexity já era uma boa ideia.

Então, na próxima vez que precisei do assistente, o invoquei da maneira antiga e apareceu a bolinha do Perplexity com sua animação. Após fazer qualquer pergunta, o Perplexity leva um tempo e devolve sua resposta tanto por voz como com imagens e texto. Importante: está disponível em 15 idiomas.
A primeira coisa que fiz foi pedir coisas básicas para as quais recorria ao assistente sem muito problema, embora nem sempre com o mesmo resultado.
Por exemplo, pedi para converter euros em yuans, configurar um alarme e resolver uma pergunta simples como "Qual é a música principal da trilha sonora de Titanic?". A última parece fácil, mas não será a primeira vez que um assistente não entende uma frase longa ou uma palavra específica e responde como se fosse o jogo do telefone sem fio. Até agora, só com isso o Perplexity já entrega mais do que o Google Assistant.

Assim, eu subo de nível com algumas tarefas que normalmente me eram frustrantes ou até impossíveis. Nesse sentido, é importante destacar que o Perplexity funciona tanto como assistente clássico quanto como chatbot com IA, de modo que, por exemplo, você pode pedir para ele redigir um e-mail solicitando uma revisão para um exame e ele mesmo monta o texto.
Como ele busca na web em tempo real, também perguntei sobre como chegar ao “Herminia de Pamplona”, o que exige saber o que é Herminia (um restaurante espanhol) e ser capaz de contextualizar a informação em uma localização específica.

O que diferencia o Perplexity é que ele não só entende frases em linguagem natural, mas também é capaz de interpretá-las corretamente, fazer buscas certeiras na internet, redigir textos e abrir aplicativos do celular para trabalhar neles (funciona com apps de mensagens, YouTube, Spotify, Uber, o relógio e o calendário, entre outros).
Além disso, embora trabalhemos com a voz, ele também aceita prompts de texto e câmera, o que lhe permite "ver" o que está na tela para processar e agir conforme necessário. Por exemplo, testei visitar a página do Samsung Galaxy S25 Ultra na Amazon para depois perguntar diretamente, sem mencionar o produto que estava em primeiro plano: "Quando foi lançado o produto que estou vendo na tela?". Ou pedir para ele me dizer qual é a música que toca no final do filme Final Fantasy (de 2001) e reproduzi-la.

Mas o que mais me impressionou foi a sua capacidade de contextualizar e o bom uso de seu motor de busca proprietário para oferecer respostas atuais e precisas, algo impossível com um assistente de voz tradicional. Assim, pude submetê-lo a um questionário sobre Miley Cyrus e sua obra, como se estivesse falando com uma pessoa humana.

Comecei com algo fácil como "Qual é o último disco de Miley Cyrus?" para depois perguntar, sem mencionar seu nome novamente, sobre alguns de seus relacionamentos. E, novamente, sem mencionar sua identidade e presumindo que ele lembraria, perguntei se ela havia namorado mulheres. O Perplexity foi capaz de entender o que eu estava pedindo e em qual contexto, buscar as informações e responder corretamente.
Embora algumas ordens tenham demorado e ele tenha travado em algumas situações, levei um dia usando-o para tarefas de todo tipo e a experiência foi boa. Está anos-luz à frente do Google Assistant, mas também funciona melhor do que o Gemini. Eu definitivamente não volto para o assistente tradicional.
Imagem | Montagem com captura de tela e Mockuuups Studio
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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