A Entel, estatal boliviana de telecomunicações, estabeleceu uma aliança estratégica com a SpaceX, a empresa aeroespacial de Elon Musk, para oferecer serviços de internet via satélite por meio da Starlink no Chile e no Peru. Esse acordo permitirá que os clientes da Entel acessem serviços de mensagem, voz e dados em locais onde a cobertura terrestre é limitada ou inexistente.
De acordo com informações oficiais da Entel, o lançamento será feito em fases: o envio de mensagens de texto estará disponível no primeiro semestre de 2025, enquanto os serviços de voz e dados serão implementados no segundo semestre do mesmo ano. Uma das vantagens desse serviço é que os usuários poderão usar seus celulares atuais, sem a necessidade de trocar de dispositivo ou instalar aplicativos adicionais. A conexão será estabelecida diretamente entre o smartphone e os satélites da Starlink, o que proporcionará uma experiência do usuário simples e eficiente.
Essa iniciativa da Entel e da SpaceX na América Latina segue o precedente estabelecido nos EUA, onde a T-Mobile e a SpaceX anunciaram uma colaboração semelhante com o objetivo de eliminar as "zonas mortas" de cobertura. Em novembro de 2024, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos EUA aprovou uma licença que permite à T-Mobile e à SpaceX fornecerem cobertura complementar a partir do espaço, estendendo o acesso à internet em áreas previamente desassistidas.
O programa Direct to Cell da Starlink, autorizado pela FCC, permite que os celulares se conectem diretamente aos satélites em órbita baixa, eliminando a necessidade de antenas externas ou dispositivos adicionais. O serviço opera de maneira similar às redes celulares tradicionais, mas, em vez de se conectar a torres terrestres, os celulares se ligam diretamente aos satélites. Graças a isso, qualquer dispositivo com conectividade 4G ou 5G pode acessar o serviço, o que representa um grande avanço na conectividade móvel.

América Móvil opta por desenvolver sua própria infraestrutura via satélite
Enquanto a Entel avança com sua aliança com a SpaceX, a América Móvil, a empresa de telecomunicações de propriedade de Carlos Slim, decidiu seguir um caminho diferente. Embora, em 2024, a companhia tenha explorado uma possível colaboração com a SpaceX para expandir seus serviços de comunicação via satélite, Carlos Slim anunciou em fevereiro deste ano a decisão de não continuar com os acordos com a Starlink.
Em vez disso, a América Móvil investirá no desenvolvimento de sua própria infraestrutura via satélite e destinará aproximadamente 22 bilhões de dólares nos próximos três anos para esse propósito. Atualmente, a empresa oferece soluções de conectividade via satélite por meio de sua rede de satélites Star One, que cobre o México, Estados Unidos, América Central e América do Sul. Essa estratégia visa fortalecer sua independência tecnológica e expandir sua cobertura de forma autônoma.
Por outro lado, a Telefónica, por meio de sua unidade Telefónica Global Solutions, se tornou parceira global autorizada da Starlink em agosto de 2023. Essa aliança permite à Telefónica oferecer serviços de internet via satélite de alta velocidade e baixa latência para empresas no México, com planos de expansão para outros países como Peru, Colômbia, Chile, Brasil e Espanha.

A colaboração com a Starlink complementa a oferta atual da Telefónica e integra soluções empresariais tanto fixas quanto móveis, proporcionando conectividade até mesmo nas localizações mais rurais e remotas.
Países que poderão usar a Starlink pelo celular
De acordo com a página oficial da Starlink, as operadoras com as quais há parceria para incorporar essa tecnologia são:
- Estados Unidos com a T-Mobile
- Canadá com a empresa Rogers
- Nova Zelândia com a companhia One NZ
- Japão por meio da KDDI
- Austrália por intermédio da Optus
- Suíça pela empresa Salt
- Peru e Chile por meio da Entel
Até o momento, a Entel é a única empresa da América Latina que implementará o Starlink Direct to Cell em dois países ao mesmo tempo.
Disponibilidade e custos do serviço
Embora não haja uma data exata para o lançamento nos países com os quais há aliança, o Starlink planeja começar a implementação dos serviços Direct to Cell a partir de 2025. Nos Estados Unidos, a T-Mobile lidera o lançamento inicial, o que pode servir como modelo para outras regiões.
Quanto aos custos, os preços específicos do Direct to Cell ainda não foram revelados, mas é possível analisar as tarifas atuais de outros serviços do Starlink. O plano básico para residências custa cerca de 120 dólares mensais (R$ 684), enquanto o serviço Roam tem um custo de 150 dólares mensais (R$ 856). Além disso, o equipamento necessário para a instalação do serviço residencial custa 600 dólares (R$ 3,4 mil). No caso do Direct to Cell, os custos dependerão em grande parte dos acordos com as operadoras locais em cada país.
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka México.
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