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Finlândia segue no topo no ranking da felicidade feito pela ONU; Brasil sobe de posição

Queda histórica dos Estados Unidos está ligada ao aumento de jantares sozinhos

Brasil sobe no ranking da felicidade feito pela ONU. Imagem: Helena Lopes, Pexels
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

O Brasil subiu oito posições no ranking da felicidade de 2025, alcançando a 36ª colocação, um avanço significativo em relação ao ano passado, quando estava na 44ª posição.

Essa melhoria é um reflexo de uma série de fatores que contribuem para o bem-estar da população, incluindo apoio social, qualidade de vida e percepções sobre a liberdade e corrupção.

O relatório, divulgado nesta quarta-feira (19), é parte do estudo anual da ONU, em parceria com o instituto de pesquisa Gallup e a Universidade de Oxford, que avalia a felicidade de 147 países ao redor do mundo.

Como é calculado o índice de felicidade?

O ranking é baseado nas respostas de mais de 100 mil pessoas que participam da Pesquisa Mundial Gallup. Os entrevistados avaliam sua felicidade em uma escala de zero a dez, imaginando uma escada onde o degrau mais baixo representa a pior vida possível e o mais alto, a melhor.

Esses dados são combinados com indicadores essenciais, como o PIB per capita, expectativa de vida saudável, apoio social, liberdade de escolha, generosidade e a percepção de corrupção.

A partir dessa análise, é possível traçar um panorama detalhado do bem-estar global, com uma abordagem que vai além da riqueza material. Embora países ricos dominem as primeiras posições, o estudo revela que a felicidade não está necessariamente ligada à economia, mas sim à qualidade de vida e ao equilíbrio social.

Finlândia mantém a liderança, mas os EUA enfrentam sua pior queda

Pela oitava vez consecutiva, a Finlândia ocupa o primeiro lugar do ranking, seguida pela Dinamarca e Islândia, que completam o pódio. A consistência do país nórdico, com um forte sistema de bem-estar social e um equilíbrio entre vida pessoal e profissional, é apontada como um dos principais fatores que garantem sua posição de liderança.

Em contraste, os Estados Unidos enfrentam uma queda histórica. Pela primeira vez desde a criação do ranking em 2012, o país ficou fora do Top 20, ocupando a 24ª posição, a pior classificação desde o início da pesquisa.

Esse declínio é atribuído a uma série de fatores, incluindo o aumento do isolamento social e o impacto negativo da pandemia na saúde mental e bem-estar da população. A pesquisa também revela que o número de pessoas que jantam sozinhas nos EUA aumentou em 53% nos últimos 20 anos, um reflexo da crescente solidão e distanciamento social.

América do Sul: Brasil sobe, Chile e Argentina mudam de posição

O Brasil, como já mencionado, teve um desempenho positivo, avançando da 44ª para a 36ª posição. Esse avanço coloca o país como o segundo mais bem classificado da América do Sul, logo atrás do Uruguai, que ocupa a 29ª posição.

A Argentina, por sua vez, teve uma melhoria significativa, subindo de 48ª para 42ª posição. Já o Chile, que estava em 38º no ano passado, sofreu uma queda, indo para 45º lugar, refletindo um desempenho abaixo das expectativas.

Além desses países sul-americanos, outras nações de língua inglesa também enfrentam dificuldades em relação à felicidade. O Reino Unido, por exemplo, ocupa a 23ª posição, sua pior classificação desde 2017, evidenciando uma tendência de queda no bem-estar dos britânicos.

A relação entre qualidade de vida e felicidade

O estudo de 2025 também confirma que, apesar da riqueza material ser um fator relevante, ela não é o único determinante para a felicidade.

Países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como os nórdicos, continuam a ocupar as primeiras posições, mas a pesquisa também destaca que o apoio social e a percepção de liberdade têm um peso significativo no bem-estar da população.

Por exemplo, a Costa Rica, que ocupa a 6ª posição, se destaca como um país latino-americano com um dos melhores índices de felicidade, mesmo com uma economia menor em comparação com outras nações do Top 10.

Esse resultado reflete a importância de fatores como confiança social, segurança e acesso a serviços públicos de qualidade.

Tema da felicidade: complexidade e subjetividade

A felicidade, tema constante de músicas, livros e filmes, é um dos conceitos mais difíceis de definir, pois depende de uma combinação de fatores individuais e da maneira como cada pessoa percebe sua própria trajetória.

A psicologia, no entanto, tenta conceituar a felicidade de forma a diferenciá-la de outras emoções, como tristeza, medo e raiva.

A Encyclopedia Britannica, uma plataforma de conhecimento do Reino Unido, define a felicidade, segundo a psicologia, como "um estado de bem-estar emocional que uma pessoa experimenta em um sentido restrito, quando coisas boas acontecem em um momento específico". Além disso, a felicidade também pode ser sentida de maneira mais ampla, como uma avaliação positiva da vida e das realizações de uma pessoa, ou seja, um "bem-estar subjetivo".

O impacto das refeições compartilhadas e o tamanho da família

Outro dado interessante revelado pela pesquisa de 2025 é a relação entre as refeições compartilhadas e o nível de felicidade. A ONU observou que aqueles que fazem refeições com companhia tendem a avaliar sua qualidade de vida de forma mais positiva. Esse fator pode explicar, em parte, o declínio observado nos Estados Unidos, onde a prática de comer sozinho tem se tornado cada vez mais comum.

A pesquisa também apontou que o tamanho da família pode influenciar diretamente a felicidade. Em países como o México e diversas nações europeias, lares com quatro ou cinco pessoas são associados a níveis mais altos de bem-estar, sugerindo que a convivência familiar e os laços afetivos têm um impacto relevante na satisfação com a vida.

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