Em dezembro, a Huawei revelou seus novos modelos principais, que acabaram de estrear no mercado chinês: são os Huawei Mate 70, sucessores dos polêmicos Mate 60 de 2023. O chip Kirin daqueles aparelhos gerou controvérsia e irritou os Estados Unidos por ter sido fabricado com tecnologia proibida.
A China segue em sua busca por autossuficiência tecnológica em todos os níveis: semicondutores para smartphones e até mesmo GPUs para Inteligência Artificial. O novo Mate 70 Pro+ é um soco na mesa após os vetos americanos e representa um grande marco para o país asiático: a Huawei anunciou que alcançou 100% de produção nacional.
Um pequeno grande passo para deixar de depender do Ocidente
Em sua jornada rumo à independência tecnológica, a China conta com Huawei, SMC e HiSilicon, três empresas que representam a resistência aos vetos impostos pelos EUA nos últimos anos. Com uma produção limitada de processadores, a fabricante chinesa conseguiu realizar o impensável, utilizando maquinários antigos.

O Huawei Mate 70 Pro+ é mais que um marco, pois também já está fazendo grande sucesso em vendas na China. O Kirin 9020 sucede o polêmico Kirin 9000S, embora não apresente grandes diferenças: é fabricado em um processo de 7 nanômetros, mas, desta vez, com um aumento de potência bruta.
O Kirin 9020 não aparece na ficha técnica do novo smartphone da Huawei: a empresa foi discreta durante o lançamento e só agora, quando o celular chega às mãos dos usuários, descobrimos o que se esconde por trás desse chip da HiSilicon. Pela primeira vez, um chip Kirin não depende de tecnologia estrangeira.
Era algo que aconteceria em algum momento, mas não sabíamos quando. Após o lançamento dos Huawei Pura 70 em abril de 2024, tornou-se público que a empresa chinesa estava muito próxima de alcançar esse marco. Agora, o ciclo se fecha, marcando um novo ponto no desenvolvimento tecnológico do gigante asiático.
Por outro lado, a SMIC, principal responsável pelo chip e parceira da Huawei e da HiSilicon, também se beneficia dos últimos lançamentos. Seus lucros subiram consideravelmente devido ao aumento da demanda. Apesar do bom momento, as companhias tentam lidar com os vetos americanos que as deixaram sem os equipamentos de ponta necessários para melhorar o processo de fabricação de seus semicondutores.

Ainda longe da Qualcomm ou da MediaTek
O novo Kirin 9020 do Huawei Mate 70 Pro+ aposta em um Big Core, três núcleos de desempenho e quatro núcleos focados na eficiência energética. Essa arquitetura não é suficiente para competir com o nível do Snapdragon 8 Elite, nem mesmo com gerações anteriores dos chips da Qualcomm. No entanto, os testes de desempenho confirmam que ele supera o Tensor G4 dos Google Pixel 9.
Para a Huawei, a potência bruta não é uma preocupação. Os últimos Kirin podem não ser os mais poderosos, mas oferecem um desempenho mais do que adequado: isso foi comprovado quando analisamos o Huawei Pura 70 Ultra, que conta com o Kirin 9010. De qualquer forma, o mais importante para a Huawei é deixar de depender de tecnologia estrangeira, e é por isso que estão comemorando. No software, o HarmonyOS Next substitui o Android e já conta com os aplicativos essenciais para os usuários chineses.
Imagens | Huawei e Free Malaysia Today
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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