O mercado de trabalho ainda não se recuperou totalmente da turbulência causada pela adoção generalizada do home office e pelos esforços das empresas para trazer seus funcionários de volta aos escritórios. Ainda assim, novos desafios já aparecem.
Um estudo realizado nos Estados Unidos pela National Society of High School Scholars (NSHSS) revelou os primeiros sinais de desgaste da Geração Z com as dinâmicas de trabalho do setor tecnológico. Os dados indicam que, diante de um futuro moldado pela chegada da IA, os jovens estão preferindo estudar carreiras relacionadas à área da saúde e assistência, deixando de lado cursos de informática ou certas engenharias.
Um setor em risco
Figuras influentes à frente de grandes empresas, como a NVIDIA e a AWS, já afirmaram em diversas ocasiões que a IA tornará desnecessário que engenheiros saibam programar. Espera-se que os profissionais da área de tecnologia sejam os mais afetados pela automação à medida que as empresas adotam a IA, o que gera uma perspectiva negativa para o setor.
Além disso, a instabilidade do mercado de trabalho, com centenas de milhares de demissões anuais nas grandes companhias e uma alta rotatividade, reduz o apelo do setor para uma Geração Z que busca estabilidade econômica para o futuro, conforme apontado por uma pesquisa da consultoria What’s The Big Data.
A Geração Z prioriza a estabilidade no trabalho
Segundo dados coletados pela Networks Trends com uma amostra de mais de 10.000 estudantes nos EUA, 76% dos jovens da Geração Z que estão se formando nas universidades colocam a estabilidade profissional como prioridade, acima da localização da empresa (75%), de sua reputação (72%) e até mesmo da possibilidade de obter um salário alto (71%).
Metade dos entrevistados afirma estar muito preocupada com a possibilidade de, após anos estudando uma carreira que gostam, acabarem em um ambiente de trabalho tóxico, o que poderia levá-los ao burnout ou dificultar o desenvolvimento de suas carreiras. Com esse receio, muitos estudantes reduziram seu interesse pelas grandes empresas de tecnologia, que já não oferecem os ambientes de trabalho ideais de alguns anos atrás.
As grandes empresas de tecnologia já não são preferência
Segundo o estudo da HSHSS, os recém-formados estão priorizando trabalhar no setor de saúde e assistência, em vez das grandes empresas de tecnologia que, por anos, lideraram as listas dos melhores lugares para trabalhar.
Os dados mostram que o Google, que em 2022 era a quarta empresa mais desejada pelos estudantes, caiu para a sétima posição em 2024. Logo atrás estão a Amazon e a Apple, que também perderam algumas posições. Empresas como a SpaceX despencaram do nono para o vigésimo segundo lugar.
Imagem | Unsplash (Sigmund, Akram Huseyn)
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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