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Google dá veredicto inesperado para desenvolvedores; futuro com IA mudará rotina e é melhor se preparar

Sundar Pichai propõe um futuro em que os desenvolvedores não programarão, mas apenas revisarão e aceitarão o código gerado por IA.

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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

A Alphabet apresentou os resultados financeiros do terceiro trimestre do ano, mas o mais interessante veio depois: na tradicional conversa com investidores para discutir esses resultados, Sundar Pichai, CEO da Alphabet e do Google, destacou algo surpreendente: o código que sustenta todos os seus produtos está sendo cada vez mais desenvolvido não por humanos, mas por máquinas.

Pichai explicou como a fusão das equipes do Gemini e da DeepMind tem ajudado a "acelerar a implementação de novos modelos". Isso tem sido perceptível em várias áreas da empresa, mas, como mencionado, o impacto é particularmente notável no desenvolvimento dos produtos do Google. Como afirmou Pichai:

"Hoje, mais de um quarto de todo o novo código do Google é gerado por IA e, em seguida, revisado e aprovado por engenheiros. Isso ajuda nossos engenheiros a fazer mais e a trabalhar de forma mais ágil."

O dado confirma uma tendência clara: a IA conquistou o mundo da programação. No verão de 2023, uma pesquisa do GitHub revelou que 92% dos programadores já utilizavam ferramentas de programação baseadas em inteligência artificial.

A popularidade dessas ferramentas — lideradas pelo GitHub Copilot — é um sinal evidente de que esse segmento está mudando, apesar de a IA cometer muitos erros ao sugerir código. Na verdade, a percepção no mercado é que essas ferramentas estão levando os desenvolvedores a programar cada vez pior, pois confiam no código gerado por soluções como o ChatGPT.

Ainda assim, para muitos especialistas, o futuro da programação é claro. Mark Garman, CEO da AWS, afirmou que os engenheiros de software não precisarão mais programar, já que será a IA quem fará isso.

Em fevereiro de 2024, Jensen Huang fez uma observação semelhante, dizendo que, a essa altura, ninguém mais deveria aprender a programar porque a IA já fará isso por nós.

A declaração de Sundar Pichai, portanto, ganha especial relevância e aponta para um futuro em que os desenvolvedores não programarão mais, mas apenas revisarão e aceitarão o código gerado pelas máquinas.

As novas ferramentas de IA generativa para programar transformam praticamente qualquer usuário em um potencial desenvolvedor — vimos isso, por exemplo, com o Cursor —, e isso certamente representa um futuro preocupante para os programadores.

A declaração de Pichai pode ser um indício de que, no futuro, um grande número de desenvolvedores será dispensado?

A princípio, isso parece perigoso. Como explicou um programador chamado Darren Horrocks, o uso excessivo de plataformas como o GitHub Copilot pode causar uma erosão da capacidade de programar, uma dependência excessiva de código autogerado e a ausência de responsabilidade sobre o que é programado, já que o código não é do desenvolvedor, mas da IA.

O futuro deste setor, um dos mais rapidamente impactados por esse tipo de ferramenta, parece cada vez mais complicado.

Imagem: Google

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