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EUA fabricou seu primeiro núcleo de plutônio em 1989; o objetivo: renovar usas ogivas nucleares

  • O Departamento de Defesa planeja incorporar o núcleo de plutônio no míssil balístico intercontinental Sentinel da Força Aérea.

  • A produção será acelerada para atingir 80 núcleos de plutônio anuais até meados da década de 2030.

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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

A maior parte das 5.044 ogivas nucleares do arsenal dos Estados Unidos foi fabricada durante a Guerra Fria. O Departamento de Energia dos EUA não produzia um núcleo para armamento nuclear desde 1989. Até agora.

Pronto para uso militar

Em outubro de 2024, a Administração Nacional de Segurança Nuclear dos Estados Unidos (NNSA) completou, pela primeira vez em 35 anos, a fabricação de um pit de plutônio, uma esfera oca que funciona como núcleo explosivo em armas nucleares.

O pit foi classificado como "reserva de guerra" e está pronto para ser incorporado ao arsenal nuclear dos Estados Unidos. O Departamento de Defesa planeja utilizá-lo na ogiva W87-1, que substituirá a antiga W87 no míssil balístico intercontinental Sentinel da Força Aérea.

Tecnologia aprimorada

Quando uma carga química é detonada ao redor dessas esferas, o plutônio é rapidamente comprimido, desencadeando uma reação de fissão. Essa reação libera uma enorme quantidade de energia na forma de uma explosão nuclear.

A NNSA (Administração Nacional de Segurança Nuclear dos EUA) trabalhou durante oito anos no desenvolvimento e aperfeiçoamento dos processos de fabricação de novos pits, melhorando equipamentos e instalações para garantir que a produção seja mais confiável e consistente do que na década de 1980.

80 núcleos por ano

O objetivo da NNSA é atingir uma produção de pelo menos 80 pits de plutônio anuais até meados da década de 2030: 30 no Laboratório Nacional de Los Álamos, no Novo México, onde a bomba atômica foi inventada, e 50 na Instalação de Processamento de Plutônio de Savannah River, na Carolina do Sul.

Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos produziam centenas de núcleos de plutônio por ano. No entanto, a produção foi interrompida em 1989 após o fechamento da antiga planta de Rocky Flats, no Colorado, devido a condenações por crimes ambientais cometidos por seus operadores.

Estratégia de contenção

Retomar a produção de plutônio para fabricar armas de destruição em massa faz parte, paradoxalmente, da estratégia de contenção nuclear dos Estados Unidos.

O plano do Pentágono é substituir todas as ogivas nucleares do arsenal nacional por versões modernas, capazes de garantir uma contenção eficaz contra antigos e novos adversários, como Rússia, Coreia do Norte, Irã e China.

Imagem | Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

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