Imagens de satélite revelaram um complexo desconhecido em Neom. É tão luxuoso que só pode ser para uma pessoa

Revelação do que parece ser um palácio privado dentro do megaprojeto acrescenta mais perguntas sobre a verdadeira natureza da construção

Imagem | Maxar
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

A última coisa que ouvimos sobre Neom foi possivelmente distante do objetivo do ambicioso projeto que a Arábia Saudita tem em mãos. Aparentemente, a proposta da cidade futurista não será exclusivamente sobre hotéis de luxo e arranha-céus futuristas. Entre outras coisas, há um acordo para se tornar um espaço de ponta para IA e agora, na mais recente revelação: um complexo tão exclusivo e desconhecido que só pode ser para uma pessoa.

Luxuoso complexo palaciano

O megaprojeto Neom, a ambiciosa iniciativa da Arábia Saudita de cerca de US$ 2 trilhões (R$ 11 trilhões) para transformar sua economia e se posicionar como referência global em tecnologia, inovação e turismo, voltou a ser notícia esta semana após a divulgação de imagens de satélite que revelam uma arquitetura desconhecida: a construção de um luxuoso palácio na costa do Mar Vermelho.

Capturadas em janeiro pela empresa de tecnologia de satélite Maxar Technologies e publicadas pela Business Insider, as imagens mostram um complexo exclusivo com praias privadas, amplos jardins, um campo de golfe e até 10 helipontos.

Só pode ser para uma pessoa

Como a reportagem aponta, este palácio aponta claramente para uma residência do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Além disso, embora ninguém tenha falado sobre essa arquitetura desde o projeto inicial, os planos do satélite coincidem com dados anteriores relatados pela Reuters em 2018, quando houve menção à adjudicação dos primeiros contratos para construir até cinco palácios reais na região, a aproximadamente 170 quilômetros de Tabuk.

Neom

Neom: megaprojeto de luz e escuridão

Neom é o pilar central do plano de modernização de Mohammed bin Salman, projetado para diversificar a economia saudita e reduzir sua dependência do petróleo. De todas as iniciativas, sua proposta mais audaciosa é The Line, uma cidade vertical de 170 quilômetros de comprimento, concebida como modelo futurista de urbanização sustentável.

Ainda assim, o projeto enfrentou desafios financeiros, controvérsias ambientais e preocupações com direitos humanos (até se falou em mortes). Originalmente programado para ser concluído em 2030, o desenvolvimento desacelerou significativamente (até se pensou que seria abortado em algum momento). Atualmente, estima-se que apenas uma seção de 2,5 quilômetros, a chamada Marina Oculta, poderia estar pronta até essa data.

Um príncipe e seu estilo de vida

A reportagem também apontou que o príncipe Mohammed bin Salman é conhecido por seu estilo de vida luxuoso e seu caro portfólio de propriedades. Entre suas aquisições mais notáveis ​​estão um castelo no sul da França avaliado em US$ 300 milhões e um superiate por US$ 400 milhões (respectivamente R$ 1,77 bi e R$ 2,36 bi), refletindo o nível de opulência com o qual sua figura se relaciona.

A construção do palácio em Neom, portanto, parece se encaixar nesse padrão de grandes investimentos pessoais em meio a um colossal projeto nacional.

Entre ambição e realidade

Em suma, o projeto faraônico representa a tentativa mais ambiciosa da Arábia Saudita de redefinir seu futuro econômico e sua imagem global. No entanto, dificuldades na implementação, falta de investimento estrangeiro e preocupações sobre seu impacto ambiental e social colocam em questão sua viabilidade em curto prazo.

A revelação do palácio privado dentro do megaprojeto apenas acrescenta mais perguntas sobre a verdadeira natureza de Neom ou, no mínimo, deixa dúvidas: estamos diante de um passo em direção a esse futuro divulgado, ou um símbolo de excessos e megalomania em meio a um plano mais incerto?

Imagem | Maxar

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