A última coisa que ouvimos sobre Neom foi possivelmente distante do objetivo do ambicioso projeto que a Arábia Saudita tem em mãos. Aparentemente, a proposta da cidade futurista não será exclusivamente sobre hotéis de luxo e arranha-céus futuristas. Entre outras coisas, há um acordo para se tornar um espaço de ponta para IA e agora, na mais recente revelação: um complexo tão exclusivo e desconhecido que só pode ser para uma pessoa.
Luxuoso complexo palaciano
O megaprojeto Neom, a ambiciosa iniciativa da Arábia Saudita de cerca de US$ 2 trilhões (R$ 11 trilhões) para transformar sua economia e se posicionar como referência global em tecnologia, inovação e turismo, voltou a ser notícia esta semana após a divulgação de imagens de satélite que revelam uma arquitetura desconhecida: a construção de um luxuoso palácio na costa do Mar Vermelho.
Capturadas em janeiro pela empresa de tecnologia de satélite Maxar Technologies e publicadas pela Business Insider, as imagens mostram um complexo exclusivo com praias privadas, amplos jardins, um campo de golfe e até 10 helipontos.
Só pode ser para uma pessoa
Como a reportagem aponta, este palácio aponta claramente para uma residência do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Além disso, embora ninguém tenha falado sobre essa arquitetura desde o projeto inicial, os planos do satélite coincidem com dados anteriores relatados pela Reuters em 2018, quando houve menção à adjudicação dos primeiros contratos para construir até cinco palácios reais na região, a aproximadamente 170 quilômetros de Tabuk.

Neom: megaprojeto de luz e escuridão
Neom é o pilar central do plano de modernização de Mohammed bin Salman, projetado para diversificar a economia saudita e reduzir sua dependência do petróleo. De todas as iniciativas, sua proposta mais audaciosa é The Line, uma cidade vertical de 170 quilômetros de comprimento, concebida como modelo futurista de urbanização sustentável.
Ainda assim, o projeto enfrentou desafios financeiros, controvérsias ambientais e preocupações com direitos humanos (até se falou em mortes). Originalmente programado para ser concluído em 2030, o desenvolvimento desacelerou significativamente (até se pensou que seria abortado em algum momento). Atualmente, estima-se que apenas uma seção de 2,5 quilômetros, a chamada Marina Oculta, poderia estar pronta até essa data.
Um príncipe e seu estilo de vida
A reportagem também apontou que o príncipe Mohammed bin Salman é conhecido por seu estilo de vida luxuoso e seu caro portfólio de propriedades. Entre suas aquisições mais notáveis estão um castelo no sul da França avaliado em US$ 300 milhões e um superiate por US$ 400 milhões (respectivamente R$ 1,77 bi e R$ 2,36 bi), refletindo o nível de opulência com o qual sua figura se relaciona.
A construção do palácio em Neom, portanto, parece se encaixar nesse padrão de grandes investimentos pessoais em meio a um colossal projeto nacional.
Entre ambição e realidade
Em suma, o projeto faraônico representa a tentativa mais ambiciosa da Arábia Saudita de redefinir seu futuro econômico e sua imagem global. No entanto, dificuldades na implementação, falta de investimento estrangeiro e preocupações sobre seu impacto ambiental e social colocam em questão sua viabilidade em curto prazo.
A revelação do palácio privado dentro do megaprojeto apenas acrescenta mais perguntas sobre a verdadeira natureza de Neom ou, no mínimo, deixa dúvidas: estamos diante de um passo em direção a esse futuro divulgado, ou um símbolo de excessos e megalomania em meio a um plano mais incerto?
Imagem | Maxar
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