Enquanto Sergey Brin se concentra em acelerar para posicionar o Google na corrida pela IA, Larry Page já está explorando as utilidades industriais que os futuros modelos de inteligência artificial poderão ter.
Segundo reporta o The Information, Page estaria por trás da Dynatoms, uma startup focada em aplicar algoritmos de inteligência artificial ao design e à fabricação de produtos, otimizando o uso de materiais e ferramentas.
De Inteligência Artificial a Inteligência Industrial
Como destacou o TechCrunch, o novo projeto de Larry Page não estaria vinculado ao Google (exceto por seu fundador) e busca criar designs "altamente otimizados" por meio do uso de modelos de IA para acelerar processos que normalmente exigem meses de trabalho humano.
Essa iniciativa marca o retorno de Page à liderança de um projeto tecnológico, após passar vários anos atuando como investidor discreto em empresas de aeronáutica como a Kitty Hawk.
Ainda não se conhecem todos os detalhes sobre as atividades da Dynatoms, mas, segundo o que foi publicado pelo The Information, seu foco não se limitaria ao software: a plataforma integraria diretamente os designs gerados por IA às fábricas para dar início à produção industrial. Essa conexão fecharia o ciclo desde o design de um produto até sua fabricação em série — algo inovador em um setor onde ambas as etapas costumam ser gerenciadas separadamente.
Page não está sozinho nessa empreitada. De acordo com as investigações do The Information, ele conta com a parceria de Chris Anderson, ex-diretor de tecnologia da Kitty Hawk e especialista em hardware. O restante da equipe seria composto por engenheiros especializados em IA, robótica e sistemas de fabricação.
Como se trata de um projeto muito recente em que Larry Page ainda está trabalhando, os nomes desses especialistas não foram divulgados, mas, dada a trajetória de ambos os fundadores, não seria surpresa encontrar ex-funcionários da Alphabet e da Kitty Hawk.
Em fase inicial, mas com muito futuro
Embora Page esteja trabalhando na Dynatoms há meses, a startup ainda não tem data de lançamento nem clientes confirmados. Fontes próximas ao projeto citadas pelo The Information indicam que seus fundadores estão priorizando o aperfeiçoamento da tecnologia antes de apresentá-la ao público. Isso contrasta com a abordagem comum no Vale do Silício de lançar produtos minimamente viáveis, mesmo que acabem sendo encerrados rapidamente depois.
Segundo um estudo da McKinsey, o mercado potencial da aplicação de IA na cadeia de suprimentos e na fabricação poderia gerar até 3,5 trilhões de dólares anuais para o setor manufatureiro até 2030. Se a Dynatoms conseguir escalar, poderá competir com gigantes como a Autodesk ou até mesmo com ferramentas de IA generativa de empresas como a OpenAI, mas com foco em aplicações industriais específicas. No entanto, ela não estará sozinha nesse campo.
Startups como a Orbital Materials já estão utilizando IA para desenvolver novos materiais para a indústria. A PhysicsX está aplicando inteligência artificial para otimizar o design de produtos complexos como carros e aviões, usando gêmeos digitais para acelerar seu desenvolvimento. Todas essas empresas estão buscando otimizar processos com ferramentas que ainda nem existem — mas, quando surgirem, elas estarão na vanguarda de sua aplicação.
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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