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A cobertura de fachadas com painéis solares dependerá de um aspecto fundamental: o risco de incêndio; a Noruega provou isso

  • Um grupo de pesquisadores realizou 25 experimentos com painéis solares e identificou três fatores de risco

  • Aumentar a distância em 4-5 cm em relação à parede pode ser fundamental para evitar a propagação do fogo

Estudo avalia chances de painel fotovoltaico pegar fogo / Imagem: RISE
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Instalar painéis solares nas fachadas dos edifícios é uma tendência em crescimento, especialmente em projetos de arquitetura sustentável. Mas como isso afeta o risco de incêndio? A Noruega investigou o tema a fundo.

O contexto

Os painéis solares integrados à fachada dos edifícios são chamados de BIPV (Building Integrated Photovoltaics) e possuem uma dupla função: gerar energia e atuar como revestimento ou parte do invólucro do edifício, que é a barreira física entre o ambiente condicionado e o não condicionado de uma construção.

Um grupo de pesquisa norueguês estudou como o fogo poderia se propagar em edifícios com fachadas fotovoltaicas integradas. Os pesquisadores descobriram que a distância entre os painéis e a parede, assim como a presença de materiais combustíveis na cavidade da parede, são fatores-chave no risco de incêndio dos BIPV.

As descobertas

"Os módulos fotovoltaicos contêm polímeros que podem pegar fogo", afirmou o pesquisador Reidar Stølen à revista pv magazine. "A velocidade com que isso ocorre e a quantidade de materiais combustíveis que contribuem para o incêndio dependem do tamanho da fonte de ignição, da distância entre o edifício e o módulo e se o módulo possui vidro em ambos os lados ou apenas na frente".

O estudo foi conduzido pelo RISE Fire Research AS e pelo Fire Research and Innovation Centre da Noruega, em parceria com colegas do Instituto Dinamarquês de Tecnologia Contra Incêndios.

O método

Os pesquisadores avaliaram quais fatores aumentam o risco de ignição, como o fogo se propaga verticalmente ao longo da fachada e se a exposição ao calor do próprio edifício ou de edifícios vizinhos contribui para o incêndio.

Para responder a essas perguntas, os cientistas entraram em contato com fornecedores, proprietários e pesquisadores que trabalham com esses sistemas. Em seguida, realizaram 25 experimentos com painéis solares.

O ponto chave

Os três fatores que contribuem para a propagação de incêndios em fachadas fotovoltaicas são: a distância entre a parede e os módulos, a presença de painéis fotovoltaicos construídos com vidro em um ou ambos os lados e a presença de outros materiais combustíveis na cavidade da parede.

Os experimentos com painéis de vidro monofaciais e uma distância menor (6 cm) resultaram nos incêndios mais intensos. Porém, o fator crucial, de acordo com os resultados dos experimentos, é a distância. Ao aumentar a distância, os módulos toleraram mais calor do incêndio inicial e liberaram menos calor ao entrarem em combustão. Aumentar a distância em 4-5 cm tem o mesmo efeito que substituir os painéis de vidro monofaciais por bifaciais.

Importante

Na Europa, todos os edifícios estão sujeitos à norma EN 13501, que classifica os materiais de construção pela sua reação ao fogo e define os procedimentos padrão a serem seguidos na construção. No entanto, um estudo específico com diferentes tipos de instalações fotovoltaicas é um precedente importante para garantir a segurança da arquitetura sustentável. "Os módulos fotovoltaicos podem ser difíceis de classificar, pois os métodos de teste não estão adaptados às propriedades únicas de cada instalação fotovoltaica", apontaram os pesquisadores.

Créditos da imagem | RISE

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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