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A dualidade de Iucatã: turismo recorde em 2024, mas pior verão para os monumentos maias

  • México e Iucatã esperam um aumento brutal do turismo este ano

  • No entanto, os sítios arqueológicos e museus de Iucatã tiveram o pior verão desde 2021

Iucata
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

Falar da Península de Iucatã (Yucatán em espanhol) não é falar de apenas um destino turístico. Trata-se do berço da civilização maia e de um dos estados fundadores do México atual. A região foi fundamental durante o período pós-clássico e abriga as ruínas da cidade de Chichén Itzá, com sua pirâmide que continua despertando fascinação entre os turistas.

E, falando de turismo, Yucatán tem vivido altos e baixos: embora os números mostram que o setor voltou a decolar na região após a pandemia, o verão de 2024 já está sendo considerado o pior dos últimos anos.

Turismo em alta

O México vive uma boa fase comercial: está produzindo mais petróleo, exportando muito milho e abacate e se tornando um aliado comercial da China. No entanto, assim como ocorre em muitos outros países, o turismo é uma peça crucial de sua economia.

Projetos recentes como o imponente Trem Maia (ferrovia de 1.500 km que atravessa a península de Iucatã) foram inaugurados e o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) está continuamente valorizando o patrimônio cultural não apenas de Iucatã, mas de todo o país. Isso ocorre graças à conservação de elementos históricos e à descoberta de novos sítios arqueológicos.

A Secretaria de Fomento Turístico de Iucatã relata que espera a chegada de 6,7 milhões de turistas para 2024. Trata-se de um aumento considerável, considerando que, antes da pandemia, em 2019, a região recebeu menos da metade disso: 3,2 milhões de visitantes (2,8 milhões por via aérea e 400 mil por meio de cruzeiros). 90% desses visitantes são mexicanos, já que o turismo interno representa 90% da receita desse setor no México.

Os dados comprovam o sucesso: em julho de 2024, o governo reportou que Iucatã havia batido recorde de viajantes por via aérea para o semestre, com 1.796.889 pessoas.

Só em junho, foram registradas 302.300 chegadas por via aérea, um recorde histórico em Iucatã. E não houve apenas um aumento no número de turistas, mas também no volume de cargas, com um total de 12.774 toneladas, o que novamente representa o maior número histórico para os primeiros seis meses do ano.

O lado ruim

Uma coisa é o turismo total, e outra são os dados de visitantes em zonas arqueológicas e museus. Nesse aspecto, o INAH, segundo reporta o Diário de Iucatã, não está tão satisfeito, afirmando que este foi o pior verão dos últimos anos.

Levando em conta os dados de julho e agosto, que são a alta temporada, houve uma queda de 16,4% nas visitas a museus e zonas arqueológicas em relação a 2023. Esses são os meses mais fortes do ano devido às férias de verão. Após o que parecia ser uma reta de crescimento pós-pandemia em 2021 e 2022, os últimos dois verões apresentaram queda no número de visitantes:

  • 2018 - 754.047 turistas
  • 2019 - 623.484 turistas
  • 2020 - ano da pandemia
  • 2021 - 482.676 turistas em um ano de recuperação
  • 2022 - 643.194 turistas
  • 2023 - 600.144 turistas
  • 2024 - 501.469 turistas

O ponto positivo é que, no balanço anual, 2024 está à frente graças a um mês de janeiro extremamente forte. Segundo o INAH, de janeiro a agosto de 2023, 1.083.040 pessoas visitaram zonas arqueológicas e museus. No mesmo período de 2024, o número subiu para 1.124.122 pessoas. Não é muito, mas é um aumento.

Os destinos favoritos são os vestígios maias pré-hispânicos, escolhidos por 97% dos turistas, em contraste com os 3% que preferem os museus. Um ponto interessante é o ranking das zonas arqueológicas favoritas. Vale conferir os dados de agosto:

  1. Chichén Itzá - 181.729 visitantes
  2. Uxmal - 23.132 visitantes
  3. Ek Balam - 12.869
  4. Aké - 8.737
  5. Xcambó - 3.293
  6. Kabah - 2.757
  7. Izamal - 2.498
  8. Labná - 868
  9. Acanceh - 715
  10. Sayil - 683

Este texto foi traduzido e adaptado do site Xataka Espanha

Imagem | Burkhard Mücke, Daniel Schwen

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