Falar da Península de Iucatã (Yucatán em espanhol) não é falar de apenas um destino turístico. Trata-se do berço da civilização maia e de um dos estados fundadores do México atual. A região foi fundamental durante o período pós-clássico e abriga as ruínas da cidade de Chichén Itzá, com sua pirâmide que continua despertando fascinação entre os turistas.
E, falando de turismo, Yucatán tem vivido altos e baixos: embora os números mostram que o setor voltou a decolar na região após a pandemia, o verão de 2024 já está sendo considerado o pior dos últimos anos.
Turismo em alta
O México vive uma boa fase comercial: está produzindo mais petróleo, exportando muito milho e abacate e se tornando um aliado comercial da China. No entanto, assim como ocorre em muitos outros países, o turismo é uma peça crucial de sua economia.
Projetos recentes como o imponente Trem Maia (ferrovia de 1.500 km que atravessa a península de Iucatã) foram inaugurados e o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) está continuamente valorizando o patrimônio cultural não apenas de Iucatã, mas de todo o país. Isso ocorre graças à conservação de elementos históricos e à descoberta de novos sítios arqueológicos.
A Secretaria de Fomento Turístico de Iucatã relata que espera a chegada de 6,7 milhões de turistas para 2024. Trata-se de um aumento considerável, considerando que, antes da pandemia, em 2019, a região recebeu menos da metade disso: 3,2 milhões de visitantes (2,8 milhões por via aérea e 400 mil por meio de cruzeiros). 90% desses visitantes são mexicanos, já que o turismo interno representa 90% da receita desse setor no México.
Os dados comprovam o sucesso: em julho de 2024, o governo reportou que Iucatã havia batido recorde de viajantes por via aérea para o semestre, com 1.796.889 pessoas.
Só em junho, foram registradas 302.300 chegadas por via aérea, um recorde histórico em Iucatã. E não houve apenas um aumento no número de turistas, mas também no volume de cargas, com um total de 12.774 toneladas, o que novamente representa o maior número histórico para os primeiros seis meses do ano.
O lado ruim
Uma coisa é o turismo total, e outra são os dados de visitantes em zonas arqueológicas e museus. Nesse aspecto, o INAH, segundo reporta o Diário de Iucatã, não está tão satisfeito, afirmando que este foi o pior verão dos últimos anos.
Levando em conta os dados de julho e agosto, que são a alta temporada, houve uma queda de 16,4% nas visitas a museus e zonas arqueológicas em relação a 2023. Esses são os meses mais fortes do ano devido às férias de verão. Após o que parecia ser uma reta de crescimento pós-pandemia em 2021 e 2022, os últimos dois verões apresentaram queda no número de visitantes:
- 2018 - 754.047 turistas
- 2019 - 623.484 turistas
- 2020 - ano da pandemia
- 2021 - 482.676 turistas em um ano de recuperação
- 2022 - 643.194 turistas
- 2023 - 600.144 turistas
- 2024 - 501.469 turistas
O ponto positivo é que, no balanço anual, 2024 está à frente graças a um mês de janeiro extremamente forte. Segundo o INAH, de janeiro a agosto de 2023, 1.083.040 pessoas visitaram zonas arqueológicas e museus. No mesmo período de 2024, o número subiu para 1.124.122 pessoas. Não é muito, mas é um aumento.
Os destinos favoritos são os vestígios maias pré-hispânicos, escolhidos por 97% dos turistas, em contraste com os 3% que preferem os museus. Um ponto interessante é o ranking das zonas arqueológicas favoritas. Vale conferir os dados de agosto:
- Chichén Itzá - 181.729 visitantes
- Uxmal - 23.132 visitantes
- Ek Balam - 12.869
- Aké - 8.737
- Xcambó - 3.293
- Kabah - 2.757
- Izamal - 2.498
- Labná - 868
- Acanceh - 715
- Sayil - 683
Este texto foi traduzido e adaptado do site Xataka Espanha
Imagem | Burkhard Mücke, Daniel Schwen
Ver 0 Comentários