A OpenAI, criadora do ChatGPT, confirmou: durante as primeiras semanas de outubro, seus engenheiros identificaram mais de 20 ciberataques orquestrados com o ChatGPT e outras ferramentas de modelos de linguagem estendidos (LLMs). Os autores, segundo os técnicos da OpenAI, são hackers chineses e iranianos que encontraram uma maneira de usar essas ferramentas de inteligência artificial (IA) para desenvolver malware, depurá-lo e realizar outras atividades maliciosas.
O primeiro ataque realizado com o ChatGPT foi planejado por ativistas chineses e teve como alvo vários governos de países asiáticos. Esse ataque empregou uma estratégia de spear-phishing conhecida como “SweetSpecter” — esse método utiliza um arquivo ZIP que incorpora um arquivo malicioso, de modo que, se for baixado e aberto, pode infectar o sistema do usuário. Os engenheiros da OpenAI descobriram que o “SweetSpecter” foi criado utilizando várias contas que usaram o ChatGPT para escrever o código e descobrir vulnerabilidades.
A outra face da inteligência artificial
O segundo ataque otimizado com IA foi perpetrado por um grupo com sede no Irã conhecido como CyberAv3ngers. A organização utilizou o ChatGPT para explorar vulnerabilidades e roubar as senhas de usuários de equipamentos com macOS.
Já o terceiro foi planejado por um grupo conhecido como Storm-0817, também com sede no Irã. Eles usaram o ChatGPT para desenvolver um software malicioso para Android capaz de roubar listas de contatos e de acessar registros de chamadas e o histórico do navegador.
Segundo a OpenAI, todos os ataques em que o ChatGPT esteve envolvido foram elaborados utilizando métodos já conhecidos, portanto os hackers chineses e iranianos não parecem ter desenvolvido nenhuma técnica nova. Por isso, essas novas variantes de malware não são essencialmente originais. De qualquer forma, esses ciberataques nos lembram o quão fácil é para hackers com conhecimentos mínimos recorrer à IA para desenvolver software malicioso com uma capacidade de dano muito significativa.
A OpenAI confirmou que continuará melhorando sua tecnologia para prevenir que ela possa ser utilizada para fins maliciosos. Ao mesmo tempo, criou várias equipes de trabalho especializadas em segurança e proteção que compartilharão suas descobertas com outras empresas e com a comunidade na tentativa de evitar a repetição de mais ciberataques como esses.
Texto traduzido e adaptado do site Xataka Espanha
Imagem | Tima Miroshnichenko
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