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Último evento da Tesla aponta nova direção da empresa: foco maior em software e IA e menos em uma montadora de automóveis

De fabricante de carros elétricos, Tesla está se transformando numa empresa de softwares e IA com o lançamento de carros que dirigem sozinhos e robôs humanoides

Tesla
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

Nos últimos anos, a Tesla vem gradualmente se adaptando. De mera fabricante de carros elétricos com capacidades autônomas, ela se tornou uma empresa de tecnologia focada, por meio da mobilidade, em IA e software.

O evento 'We, Robot' em que a Tesla apresentou o Cybercab e o Cybervan é o melhor exemplo disso.

Por que isso importa?

É uma evolução estratégica que posiciona a Tesla na corrida da IA, embora aplicada especificamente à mobilidade, e a diferencia ainda mais dos demais membros da indústria automotiva.

No evento 'We, Robot', a Tesla apresentou:

  • Cybercab: um robotaxi elétrico e autônomo sem volante ou pedais.
  • Cybervan: uma grande van elétrica e autônoma com capacidade para vinte passageiros.
  • Optimus: O robô humanoide continua avançando, e Musk disse que seu preço ficará entre US$ 20 mil e US$ 30 mil quando chegar ao mercado.

Entrelinhas

São novidades bem distantes da simples apresentação de um carro ao grande público, com pura ênfase em software e Inteligência Artificial e na visão de mobilidade autônoma, não apenas substituindo carros com motores a combustão por carros elétricos.

  • Cybercab e Cybervan, de fato, dependem mais de software de direção autônoma do que de hardware de veículo.
  • Optimus é um sinal das ambições da Tesla de levar sua inteligência além da mobilidade.
  • Neste verão, a empresa anunciou a expansão da gigafábrica do Texas para abrigar um data center com 50.000 GPUs NVIDIA H100.
  • No início do ano, Musk disse que tinha "o melhor modelo do mundo" para criar vídeos sintéticos na Tesla, algo que ainda não demonstrou.
  • Investimento no supercomputador Dojo é outra aposta no processamento de IA em larga escala.

Em detalhes

A mudança estratégica da Tesla para IA e software vem em várias frentes:

  1. Condução autônoma: a Tesla continua a desenvolver seu sistema Full Self-Driving em direção à autonomia total.
  2. O robotaxi não tem nenhum tipo de controle manual, ao contrário dos carros que a Waymo colocou nas ruas de algumas cidades. É a visão do transporte totalmente automatizado.
  3. A Optimus mostra as ambições da Tesla para IA além dos veículos.
  4. O Dojo, projetado para treinar modelos de IA, é um lembrete da necessidade de investir em capacidades avançadas de processamento.

Contexto

A Tesla vem deixando sinais claros há algum tempo. Como dissemos, a mudança tem sido gradual. Vimos como ela recrutou talentos focados em IA e robótica, ou como suas patentes estão cada vez mais indo para software e IA, e não tanto para a engenharia automotiva tradicional.

Essa estratégia tem uma recompensa dupla, porque também serve para estender o horizonte da Tesla e aumentar as expectativas futuras, algo que serve para elevar o valor de sua ação.

Tesla01

No entanto, a Tesla tem um grande desafio: equilibrar suas promessas muitas vezes excessivas e triunfantes com o lançamento real de produtos e serviços, e um cronograma claro e coerente.

Este último ponto tem sido uma das fraquezas de uma empresa com um CEO muito único, embora agora tenha algo que não tinha há cinco anos: a capacidade demonstrada de ter levado a Tesla a ser uma empresa lucrativa de forma sustentada ao longo do tempo.

Imagem | Tesla

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