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Amsterdã tem recorde mais inesperado do Guinness: cidade que mais pesca bicicletas

  • A cidade resgata entre 12 e 15 mil bicicletas todos os anos de seus canais

  • Além disso, em média, cerca de 35 carros e 100 pessoas também caem anualmente nas vias aquáticas

Pescarbicicletas
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

No rio, pescamos peixes, nas máquinas, bichos de pelúcia, e nos canais de Amsterdã, bicicletas. É o que acontece nesta cidade que tem a combinação explosiva de água, bebida (e/ou drogas leves) e uma frota de veículos de duas rodas que estão ao alcance de qualquer um — mesmo se esse qualquer um não estiver no ápice de suas faculdades mentais.

Por isso, Amsterdã conta com uma atração turística inesperada. Uma daquelas que você não encontrará nos guias da cidade, mas que, sem dúvida, contará a seus amigos a respeito, caso tenha a sorte de testemunhar.

É a grua da Waternet, a empresa encarregada da gestão da água dos canais. Além de garantir o bom estado dessas vias, a companhia também precisa ficar "pescando" bicicletas.

O recorde Guiness de "pescar" bicicletas

A grua flutuante encanta os visitantes, que, impressionados, param ao lado dos canais para ver como ela mergulha seu braço na água, atinge o fundo e, como uma criança escolhendo brinquedos, reaparece com todas as bicicletas que consegue agarrar. Lentamente, a grua transfere os veículos para um contêiner e repete a operação.

Estima-se que, a cada ano, sejam resgatadas dos canais holandeses entre 12 e 15 mil bicicletas — número que colocou a cidade no Guinness. Parece muito, mas Amsterdã é um paraíso para os ciclistas: há 1,91 bicicleta por lar, 881.000 bicicletas nas ruas (contra 200 mil carros) e é possível até mesmo se locomover dentro de um museu montado em uma bicicleta.

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Contudo, o número é significativo. Não apenas pela quantidade de bicicletas que se perdem a cada ano, mas também pela própria qualidade da água e pela navegação nos canais. E é que "a pesca de bicicletas" se iniciou porque a revolução ciclística dos anos 70 passou a ter um impacto sobre a mobilidade nos mais de 100 km de canais que se estendem por toda Amsterdã. A acumulação de bicicletas e outros objetos chegou a impedir que os barcos navegassem pelas vias aquáticas — se não fosse a pesca, essa situação provavelmente se repetiria.

E por que tantas bicicletas caem nos canais, afinal? Há dois claros culpados: a bebida e o vandalismo. Acredita-se que a imensa maioria das bicicletas que acabam na água dos canais da cidade não o faz por um descuido de seus proprietários, e sim é arremessada em uma noite de bebedeira. Isso ajuda a entender como, mesmo havendo pelo menos 12 mil bicicletas recuperadas por ano, apenas uma centena de pessoas precisam ser socorridas dos canais pelos serviços de emergência. Para efeito de comparação, os automóveis na água também são poucos: apenas 35 precisam ser recuperados por ano. Será que é porque são mais caros, e aí as pessoas têm dó de jogar?

Este texto foi traduzido e adaptado do site Xataka Espanha

Imagem| Waternet

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