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Guerra da Ucrânia faz programa espacial russo perder sócios e ter menos lançamentos desde 1961

  • A invasão russa da Ucrânia está tendo um efeito direto nas ambições espaciais do país liderado por Vladimir Putin

  • A Roscosmos, que perdeu vários parceiros internacionais, busca consolidar sua relação com a China

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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

O programa espacial russo não anda tendo seu melhor momento. Como apontam na Ars Technica, o país liderado por Vladimir Putin está prestes a registrar o menor número de lançamentos anuais desde 1961, época em que os soviéticos estavam à frente na corrida espacial. Esse cenário peculiar parece ser uma consequência direta da invasão da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.

Segundo os dados disponíveis, até agora, em 2024, a Rússia realizou apenas nove lançamentos. A Roscosmos, corporação espacial estatal russa, esteve por trás de sete deles. Os outros dois corresponderam a missões do Ministério da Defesa da Rússia, em especial a colocação em órbita de satélites secretos, um dos quais foi classificado como "arma" pelo Pentágono.

O complexo presente da Roscosmos

Todos os lançamentos registrados até agosto deste ano foram bem-sucedidos. A Rússia tem sido, afinal, um dos atores mais importantes da indústria espacial há décadas. Não muito tempo atrás, entre a aposentadoria do programa do ônibus espacial americano e o início da era dos voos privados, suas naves eram o único meio de se chegar à Estação Espacial Internacional.

Mas a Roscosmos perdeu alguns de seus parceiros internacionais. A invasão russa da Ucrânia resultou no cancelamento de vários contratos para a corporação. Isso, reconhece a Interfax, se traduziu em perdas de 180 bilhões de rublos (2,1 bilhões de dólares). E aqui encontramos um ponto interessante, que vale a pena destacar.

Soyuz TMA-3

Durante muito tempo, a United Launch Alliance, uma joint venture entre a Lockheed Martin Space e a Boeing, comprou da Rússia motores RD-180 para seu sistema de lançamento Atlas V. O conflito bélico iniciado em 2022 (chamado por Putin de "operação militar especial") resultou no fim desse acordo comercial e, com isso, no término do uso do foguete Atlas V.

A Rússia está se afastando de vários de seus parceiros históricos, como Estados Unidos e Europa, para fortalecer sua colaboração com a China. Um dos próximos grandes projetos do país é o desenvolvimento da "Estação Orbital Russa" (ROS, na sigla em inglês). Se tudo ocorrer conforme o esperado, os primeiros módulos devem ser lançados em 2027. Resta esperar para ver como essa situação irá evoluir.

Este texto foi traduzido e adaptado do site Xataka Espanha

Imagens | NASA | Wikimedia

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