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China paga os EUA na mesma moeda até 2025: proíbe exportações para 28 empresas-chave de defesa militar

China amplia restrições aos EUA
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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

A China impôs uma proibição de exportação de itens de uso duplo em 28 empresas dos EUA ligadas à indústria de defesa. Essa medida vem em resposta às vendas de armas de Washington para Taiwan, uma questão que historicamente tem prejudicado as relações entre os dois países.

De acordo com o SCMP, entre as empresas afetadas por essa proibição estão nomes bem conhecidos na indústria, como Lockheed Martin, Raytheon, General Dynamics e Boeing Defence, Space & Security. Essas empresas não apenas desempenham um papel fundamental no setor militar dos EUA, mas também lidam com tecnologias de uso duplo, que têm aplicações civis e militares.

Além disso, dez empresas foram colocadas em uma "lista de entidades não confiáveis". A mídia informou que, segundo declarações do governo chinês, sua inclusão se deve à participação ativa dessas empresas na venda de armas para Taiwan, o que, segundo Pequim, viola o princípio de "Uma China" e ameaça a estabilidade no Estreito de Taiwan.

A medida tomada pela China não é isolada. Segundo o The Independent, ela segue uma tendência que se intensificou no mês passado, quando o país asiático sancionou diversas empresas aeroespaciais envolvidas em contratos de armas com Taiwan.

O Ministério do Comércio justificou a decisão com base na Lei de Controle de Exportação da China e enfatizou a necessidade de cumprir com as obrigações internacionais, incluindo a não proliferação.

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Impacto nas relações bilaterais e na indústria global

Este bloqueio não afeta apenas a capacidade operacional das empresas americanas dentro da China, mas também tem implicações mais amplas. Segundo o The Independent, as empresas sancionadas não poderão mais fazer investimentos ou operações comerciais em território chinês. Além disso, seus principais funcionários serão impedidos de entrar no país, e quaisquer autorizações de trabalho ou residência serão revogadas.

Essas restrições complicam ainda mais a perspectiva para as empresas dos EUA, que enfrentam acesso limitado a um dos maiores mercados do mundo. Globalmente, essas tensões podem acelerar as estratégias de diversificação da cadeia de suprimentos, à medida que empresas de outros países tentam preencher o vazio deixado pelos Estados Unidos na China.

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O precedente: minerais estratégicos e tecnologia avançada

Esta não é a primeira vez que a China recorre a restrições comerciais como uma ferramenta geopolítica. O país asiático proibiu a exportação de minerais essenciais como gálio, germânio e antimônio, essenciais para a fabricação de semicondutores e tecnologia militar. Essa decisão foi vista como uma resposta direta às restrições dos EUA ao acesso da China a tecnologias avançadas, especialmente chips.

Além disso, em novembro de 2024, a fabricante taiwanesa TSMC anunciou a suspensão da venda de chips avançados para clientes chineses sob pressão dos Estados Unidos, o que aumentou as tensões na chamada "guerra tecnológica".

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