Os astronautas Barry "Butch" Wilmore e Suni Williams, que deveriam retornar à Terra após uma curta missão, continuam na Estação Espacial Internacional (ISS) e agora só devem voltar no final de março ou início de abril, segundo anúncio da NASA nesta terça-feira (17). A missão, inicialmente planejada para durar uma semana, já ultrapassou seis meses.
A situação se complicou após a cápsula Starliner da Boeing, que deveria trazer os astronautas de volta, apresentar falhas no sistema de propulsão. Com isso, a NASA optou por enviá-la vazia à Terra em setembro para análise técnica, deixando Wilmore e Williams na ISS enquanto se aguardava a preparação de uma nova missão.
Atrasos frequentes
A volta dos astronautas agora depende do lançamento de uma tripulação substituta, que só poderá ocorrer com o uso de uma cápsula Crew Dragon, da SpaceX. No entanto, a SpaceX enfrenta desafios na preparação do veículo, adiando o lançamento para o final de março. Esse atraso afetou diretamente o retorno dos astronautas, que precisa ocorrer apenas após a chegada da nova equipe.
"Optamos por aguardar a nova cápsula da SpaceX, garantindo maior segurança e confiabilidade para nossos astronautas", afirmou um representante da agência espacial. A decisão segue a política da NASA de manter tripulações sobrepostas na ISS para uma transição mais eficiente.
Histórico da missão
Barry Wilmore e Suni Williams decolaram a bordo da cápsula Starliner em junho de 2023, marcando o primeiro voo tripulado da Boeing para a ISS. A missão era considerada um teste crucial para validar o veículo e abrir caminho para futuras operações regulares. Contudo, falhas nos propulsores da nave geraram preocupações quanto à segurança do retorno, levando à decisão de utilizar uma cápsula da SpaceX para concluir a missão.
Enquanto a Boeing enfrenta desafios para alcançar a SpaceX como alternativa de transporte espacial, o cenário evidencia a dependência da Nasa na tecnologia desenvolvida pela empresa de Elon Musk, que se consolidou como o principal "táxi espacial" dos Estados Unidos.
Impactos no programa espacial
O incidente ressalta a complexidade de operar múltiplos fornecedores no transporte espacial. Há uma década, a NASA contratou tanto a Boeing quanto a SpaceX para construir naves que pudessem levar astronautas à ISS. A intenção era contar com redundância em caso de falhas, mas o atraso no desenvolvimento da Starliner tornou a SpaceX a escolha dominante.
Com o retorno de Wilmore e Williams adiado novamente, os desafios técnicos da Boeing seguem como um lembrete dos riscos e incertezas do setor aeroespacial, mesmo em missões consideradas rotineiras.
Para a NASA, garantir a segurança dos astronautas continua sendo a prioridade máxima, mesmo que isso signifique ampliar a duração das missões na ISS.
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