Há 8 meses em órbita, astronautas presos no espaço têm retorno à terra adiado mais uma vez

Problemas técnicos e atrasos em lançamentos adiam o retorno de astronautas na Estação Espacial Internacional

Astronautas ficarão presos no espaço até 2025 - Imagem: NASA
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Os astronautas Barry "Butch" Wilmore e Suni Williams, que deveriam retornar à Terra após uma curta missão, continuam na Estação Espacial Internacional (ISS) e agora só devem voltar no final de março ou início de abril, segundo anúncio da NASA  nesta terça-feira (17). A missão, inicialmente planejada para durar uma semana, já ultrapassou seis meses.

A situação se complicou após a cápsula Starliner da Boeing, que deveria trazer os astronautas de volta, apresentar falhas no sistema de propulsão. Com isso, a NASA optou por enviá-la vazia à Terra em setembro para análise técnica, deixando Wilmore e Williams na ISS enquanto se aguardava a preparação de uma nova missão.

Atrasos frequentes

A volta dos astronautas agora depende do lançamento de uma tripulação substituta, que só poderá ocorrer com o uso de uma cápsula Crew Dragon, da SpaceX. No entanto, a SpaceX enfrenta desafios na preparação do veículo, adiando o lançamento para o final de março. Esse atraso afetou diretamente o retorno dos astronautas, que precisa ocorrer apenas após a chegada da nova equipe.

"Optamos por aguardar a nova cápsula da SpaceX, garantindo maior segurança e confiabilidade para nossos astronautas", afirmou um representante da agência espacial. A decisão segue a política da NASA de manter tripulações sobrepostas na ISS para uma transição mais eficiente.

Histórico da missão

Barry Wilmore e Suni Williams decolaram a bordo da cápsula Starliner em junho de 2023, marcando o primeiro voo tripulado da Boeing para a ISS. A missão era considerada um teste crucial para validar o veículo e abrir caminho para futuras operações regulares. Contudo, falhas nos propulsores da nave geraram preocupações quanto à segurança do retorno, levando à decisão de utilizar uma cápsula da SpaceX para concluir a missão.

Enquanto a Boeing enfrenta desafios para alcançar a SpaceX como alternativa de transporte espacial, o cenário evidencia a dependência da Nasa na tecnologia desenvolvida pela empresa de Elon Musk, que se consolidou como o principal "táxi espacial" dos Estados Unidos.

Impactos no programa espacial

O incidente ressalta a complexidade de operar múltiplos fornecedores no transporte espacial. Há uma década, a NASA contratou tanto a Boeing quanto a SpaceX para construir naves que pudessem levar astronautas à ISS. A intenção era contar com redundância em caso de falhas, mas o atraso no desenvolvimento da Starliner tornou a SpaceX a escolha dominante.

Com o retorno de Wilmore e Williams adiado novamente, os desafios técnicos da Boeing seguem como um lembrete dos riscos e incertezas do setor aeroespacial, mesmo em missões consideradas rotineiras.

Para a NASA, garantir a segurança dos astronautas continua sendo a prioridade máxima, mesmo que isso signifique ampliar a duração das missões na ISS.

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