Obras públicas podem demorar anos para ficar prontas ou até mesmo começar. Essa morosidade pode causar prejuízos para a sociedade, danos ambientais, além de desperdício de dinheiro público. Esse é o caso da construção de uma represa na República Tcheca. Planejada desde 2018, a obra deveria evitar que um trecho do rio Klabava e sua população de lagostins da água ácida de dois lagos próximos. Mas a burocracia para começar a obra demorou tanto que animais da região fizeram o trabalho antes dos humanos.
Castores conseguiram o que seres humanos falharam em fazer
Eis que entram os castores. Construtores hábeis da natureza, esses animais têm o costume de represar rios para se proteger de predadores e dificultar o acesso deles aos ninhos. Quando uma família desses roedores decidiu transformar aquele trecho do rio em seu novo lar, eles acabaram resolvendo um problema local. O bloqueio da água, além de proteger o rio, também restaurou o pântano que havia no lugar, mas foi drenado para instalar uma base militar. Em dois dias os animais conseguiram fazer o que os seres humanos estavam tentando há sete anos. E não gastaram nem um centavo dos 30 milhões de coroas tchecas (cerca de R$ 7,1 milhões) do orçamento governamental que estavam separados para a obra.
Segundo Bohumil Fišer da Agência Tcheca de Conservação da Natureza, em entrevista para a AFP, a obra dos castores saiu muito melhor que a encomenda. “Eles construíram um pântano com canais e poças. A área é mais ou menos o dobro do que a que nós havíamos planejado. É o serviço completo: os castores são absolutamente fantásticos e quando estão em um local que não podem causar nenhum dano, eles fazem um trabalho brilhante”.
Nem Jesus agradou a todos
Apesar da economia e de terem ajudado a restaurar um bioma que havia sido destruído, os castores não são unanimidade entre os tchecos. Alguns fazendeiros estão reclamando da ação dos roedores com o argumento de que eles podem causar danos quando derrubam árvores enquanto constroem suas barragens. Mas a área em que os castores estão fica em uma preservada, longe de quaisquer propriedade. O futuro dos roedores parece ser pacífico, segundo Fišer. “Não esperamos nenhum conflito com os castores pelos próximos 10 anos”.
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