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Energia Solar está se tornando tão lucrativa que até o mais desconfiado está se rendendo a ela

A Arábia Saudita quer que metade de sua energia seja renovável até 2050

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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

As flutuações no petróleo em 2024 não são uma surpresa, já que os conflitos geopolíticos no mundo têm causado preocupações no mercado internacional. Além disso, o prazo para cumprir os objetivos energéticos está se aproximando (195 países assinaram o Acordo de Paris, cujo objetivo é manter o aumento da temperatura do planeta abaixo dos 2 ºC). Diante desse cenário, a Arábia Saudita resolveu voltar seu olhar para os painéis solares.

Em 2022, o país dependia completamente de combustíveis fósseis (99,8%) para sua geração de eletricidade, o que era um índice muito distante do objetivo de depender em 50% de energias renováveis até 2030.

Tentando mudar essa situação, a Arábia Saudita já adquiriu, de 2022 até agora em 2024, um total de 9,7 GW de painéis solares provenientes da China, a maior exportadora desses sistemas. Esse aumento parece indicar que o país saudita deseja entrar no mercado solar global. Além de cumprir com os objetivos estabelecidos em seu plano Vision 2030, a Arábia já possui outros projetos de fontes renováveis aprovados para entrar em operação em 2027.

O Vision 2030 é um projeto da Arábia Saudita que propõe uma diversificação de sua economia para deixar de depender totalmente do petróleo. Essa estratégia busca um equilíbrio em setores como turismo, tecnologia e energias renováveis. Um dos principais objetivos é que metade da eletricidade do país venha de fontes renováveis até 2030.

O caso do Paquistão

A Arábia Saudita não é o único país do Mar da Arábia nesse jogo, pois o Paquistão também está investindo no mercado solar. Embora sua energia renovável seja dominada pela matriz hidrelétrica, que representa 24% do total, o país também conta com pequenas instalações eólicas e solares.

O setor solar ganhou impulso em 2010 devido à crise energética, quando o país começou a instalar painéis solares para diversificar suas fontes e gerar mais energia. Além disso, o Paquistão importou recentemente 12,5 GW de painéis solares para atender a demanda.

A ascensão da energia solar

O panorama energético mundial mudará nos próximos anos. Alguns cientistas propuseram o chamado “efeito aprendizado”: a ideia de que a redução dos custos dos painéis solares é resultado de uma economia de escala, enquanto também se melhora a eficiência tecnológica. Além disso, em um mundo que está se descarbonizando, os países não apenas desejam cumprir os objetivos climáticos, mas também veem uma oportunidade estratégica de investimento no que será a energia do futuro.

As dívidas pendentes

Embora muitos países tenham se proposto a avançar no setor de energias renováveis, ainda existem alguns defasados. Entre os que mais emitem e estão atrasados, encontramos a Indonésia e a Rússia. A Indonésia apresenta uma grande dependência de combustíveis fósseis para sua eletricidade e, embora suas emissões estejam quase abaixo da média mundial, sua participação nas renováveis não chega a 0,2%.

Já a Rússia produz 64% de sua eletricidade a partir de combustíveis fósseis, além de ser o quarto maior emissor do setor elétrico, com emissões maiores do que o dobro da média mundial. A participação das fontes renováveis em sua matriz é de apenas 0,45%. Outros países poluentes, como África do Sul e Emirados Árabes Unidos, têm apresentando investimentos no mercado solar para alcançar a descarbonização.

No final de 2024, espera-se que a capacidade solar instalada global supere os 593 GW, graças a grandes investimentos e à redução de custos nos painéis solares. O setor é liderado pela China, enquanto países como os EUA e a Índia têm apresentado aumentos em suas matrizes. Novos atores no mercado solar, como a Arábia Saudita, mostram como as energias renováveis estão se posicionando dentro da economia. O futuro dependerá desse novo panorama.

Esse texto foi traduzido e adaptado do site Xataka Espanha

Imagens | Pixabay e Unsplash

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