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Google terá que abrir a Google Play Store e o primeiro a aproveitar será um rival inesperado: Xbox

  • O Google terá que admitir lojas de terceiros na Play Store por três anos

  • Os desenvolvedores também poderão usar sistemas de pagamento alternativos

  • A Xbox vai aproveitar essa situação para dar mais dinamismo ao seu app móvel

Imagem: Xataka
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

A decisão do juiz James Donato no caso Epic vs Google está prestes a mudar o ecossistema Android para sempre. O motivo: agora, o Google terá que abrir sua Play Store para a concorrência durante três anos, o que significa que os usuários poderão baixar lojas de terceiros por ela e fazer compras por meio delas, sem precisar usar o sistema de pagamentos do próprio Google (o que vai gerar menos dinheiro para a empresa). Uma mudança extremamente importante — da qual a Xbox está disposta a tirar proveito.

Vêm aí joguinhos

Conforme anunciado por Sarah Bond, presidente da Xbox, por meio do X (antigo Twitter), graças à decisão do tribunal "os jogadores poderão jogar e comprar jogos da Xbox diretamente no aplicativo da Xbox para Android". Ou seja, o app deixará de ser apenas um catálogo e passará a permitir a compra de jogos.

Outras empresas, como PlayStation e Valve, têm aplicativos no Android (PS App e Steam) que permitem a compra de videogames sem que seja necessário passar pelo sistema de faturamento do Google. No entanto, esses apps não permitem jogar esses jogos — eles permitem a compra, mas não a execução. A Xbox, por outro lado, tem o Xbox Cloud Gaming, uma tecnologia que permite jogar títulos na nuvem, portanto diretamente pelo celular ou tablet. E isso faz parte de uma assinatura: o Game Pass.

Conforme detalhado nas políticas de pagamento do Google, serviços de assinatura como o Game Pass exigem o uso do sistema de faturamento do Google Play para funcionar no Android. Se a ideia da Xbox é criar um app tudo-em-um que permita a compra e execução de jogos via nuvem, então o Game Pass precisa respeitar essa regra. Ou melhor, precisava: graças ao resultado do caso Epic vs Google, isso deixa de ser necessário.

O caso Kindle

Algo semelhante acontece com o aplicativo Kindle, que, desde 2022, não permite comprar ou alugar livros no Android, e nem a inscrição no Kindle Unlimited — você precisa comprar os livros em outra plataforma, como um browser, para depois lê-los no app. O motivo é, justamente, essa política de uso obrigatório da plataforma de pagamentos do Google Play e a comissão que ela cobra. Talvez essa abertura obrigatória faça Kindle, Audible e Music voltarem a oferecer compras no Android.

Microsoft e sua loja

Não é segredo que a Microsoft está trabalhando em sua própria loja de aplicativos, que terá suas próprias políticas e tarifas. Em uma primeira fase, essa loja será baseada na web e, depois disso, se expandirá. A Microsoft tem títulos de peso, como Candy Crush Saga e todos os seus derivados, além das versões para celular de Call of Duty e Diablo. No entanto, tirá-los da Google Play Store pode ser um tiro no pé, considerando o volume de downloads que esses jogos geram.

A loja deveria ter sido lançada em julho, mas foi adiada. Por enquanto, só sabemos que há testes em andamento.

Texto traduzido e adaptado do site Xataka Espanha

Imagem | Xataka

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