Já há quem compare o Google ao Titanic: a geração Z já não pesquisa no Google, prefere IA e redes sociais

As pessoas da Geração Z estão tão familiarizadas com a tecnologia que podem estar deixando o Google para trás.

Os mecanismos de pesquisa estão mudando na Geração Z. O Google pode ficar pra trás. Imagem: Xataka
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Durante muitos anos, o Google foi o líder absoluto das buscas, dominando o mercado com mais de 80% de participação. No entanto, esse cenário pode estar mudando. As gerações mais jovens estão recorrendo cada vez menos ao Google, preferindo outras formas de buscar informações.

Essas alternativas incluem redes sociais como o TikTok, além de aplicativos e chatbots de inteligência artificial. Muitos membros da Geração Z preferem perguntar ao ChatGPT em vez de realizar uma pesquisa no Google, e alguns especialistas comparam a situação do Google a um navio prestes a afundar, fazendo referência ao Titanic e seu naufrágio histórico.

A Geração Z está deixando o Google de lado, preferindo TikTok e IA. Google precisa se reinventar.

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Uma análise do renomado The Wall Street Journal questiona se o Google está afundando como o Titanic. O estudo compara a magnitude do motor de buscas do Google, o maior do mercado, com o tamanho do Titanic, que foi o maior navio de cruzeiro do mundo em sua época.

Segundo especialistas, embora o Google ainda seja líder entre os motores de busca, seus principais concorrentes no futuro próximo serão a inteligência artificial e as plataformas que oferecem informações diretas dos usuários — ou seja, as redes sociais.

Isso é especialmente verdadeiro entre os mais jovens. A Geração Z prefere buscar informações no TikTok, onde encontra respostas dinâmicas em formato de conteúdo interativo e explicativo. Segundo uma apresentação do próprio TikTok, citada no relatório do The Wall Street Journal, 23% dos usuários realizam uma busca nos primeiros 30 segundos após abrir o aplicativo, demonstrando a crescente relevância das buscas dentro da plataforma.

Além disso, essa geração também recorre a plataformas de inteligência artificial, como o ChatGPT, para obter respostas diretas, resumidas e personalizadas, tudo em um só lugar. Dessa forma, evitam ter que pesquisar em várias fontes para encontrar uma resposta.

No entanto, é importante destacar que esses métodos não são infalíveis. Quem busca informações por meio das redes sociais ou da inteligência artificial pode acabar acessando conteúdos incompletos, imprecisos ou até mesmo falsos.

Por exemplo, ao perguntar sobre um tema para uma IA, muitas vezes a resposta é excessivamente resumida, o que pode fazer com que detalhes importantes sejam perdidos.

Além disso, o ChatGPT não exibe automaticamente as fontes de onde obteve a informação (a menos que o usuário solicite explicitamente), e mesmo assim, não apresenta uma ampla variedade de fontes para consulta.

Embora existam especialistas certificados que compartilham informações em plataformas como TikTok e outras redes sociais, esses espaços também estão repletos de conteúdos enganosos ou mal desenvolvidos. Isso significa que, embora seja possível se informar por meio dessas plataformas, é essencial saber pesquisar e aplicar o senso crítico para evitar cair na desinformação.

Ciente desse novo desafio, o Google tem investido na sua própria plataforma de inteligência artificial integrada a todos os seus produtos: o Google Gemini.

A liderança do Google no setor de buscas está em risco. Alguns estudos indicam que a empresa pode perder quase 50% de sua receita proveniente das buscas entre 2025 e 2026. O The Wall Street Journal também destaca essa preocupação:

“O principal negócio da empresa está sob ataque. Cada vez mais pessoas obtêm respostas da inteligência artificial. Além disso, a qualidade dos resultados entregues pelo motor de busca [do Google] está se deteriorando à medida que a web se enche de conteúdo gerado por IA.”

Com a ascensão das inteligências artificiais e das redes sociais como fontes de pesquisa, o Google enfrenta o maior desafio de sua história e precisa se reinventar para não perder espaço no mercado.

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O Google está ciente do desafio que seu negócio e sua estratégia enfrentam. Por isso, a empresa tem investido fortemente na integração de ferramentas de inteligência artificial em seus produtos.

Um exemplo disso é a implementação do "AI Overview", uma funcionalidade que gera resumos automáticos de informações diretamente nos resultados de busca. Agora, ao pesquisar algo no Google, os usuários podem ver uma resposta sintetizada pela IA antes mesmo de clicar nos links.

Essa iniciativa faz parte da tentativa do Google de se manter competitivo diante do crescimento da inteligência artificial e das mudanças no comportamento dos usuários, que cada vez mais buscam respostas rápidas e personalizadas.

Além disso, o Google está apostando no desenvolvimento do Gemini, seu próprio chatbot e sistema de inteligência artificial, que promete se tornar uma presença constante em todo o ecossistema da empresa. O Gemini será integrado a todos os produtos e aplicativos do Google, incluindo Google Maps, Google Fotos e até mesmo como assistente no sistema operacional Android.

Com essa estratégia, o Google busca se posicionar na nova corrida da inteligência artificial, transformando o Gemini em um assistente virtual completo e altamente acessível para os usuários. Dessa forma, a empresa tenta manter sua relevância e enfrentar a crescente concorrência das IA generativas e das redes sociais como fontes de informação.

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