Quanto dinheiro Elon Musk tem: como é distribuída a fortuna do homem que planeja colonizar Marte a partir de uma rede social

  • Elon Musk é um milionário atípico: sem mansões, carros ostentosos ou iates... mas com uma fábrica de foguetes

  • Sua fortuna em 2024 atingiu recordes, superando os 244,7 bilhões de dólares (R$ 1,4 trilhão)

Elon Musk
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

É possível odiá-lo ou venerá-lo, mas Elon Musk não deixa ninguém indiferente. O que é indiscutível é que ele ultrapassou o clichê do milionário inacessível e discreto para se tornar uma figura importante no cenário da geopolítica e dos interesses econômicos globais.

Após um curto período em que cedeu o posto de pessoa mais rica do mundo ao magnata do luxo Bernard Arnault, Elon Musk o recuperou com ainda mais força, catapultando sua fortuna para 244,7 bilhões de dólares (R$ 1,4 trilhão), segundo o ranking de bilionários em tempo real da Forbes.

Um bilionário sem iates nem mansões

Não se pode negar que Elon Musk é um milionário pouco convencional. Ele não ostenta grandes mansões nem iates de luxo. No início de sua carreira, o magnata tecnológico chegou a possuir várias casas em áreas privilegiadas de Los Angeles. Inclusive, comprou a casa de Gene Wilder apenas para preservar seu legado e a vendeu a um sobrinho do ator. Contudo, ao tomar calote, foi forçado a executar a hipoteca.

No entanto, o milionário tomou a decisão de se desfazer de todas as suas propriedades e passou a viver de aluguel em um pequeno módulo pré-fabricado de apenas 35 m², localizado nos terrenos da SpaceX. Não se sabe ao certo se as casas onde seus filhos vivem são de sua propriedade, mas Elon Musk não mora nelas. Quando viaja para outras cidades, costuma se hospedar nas mansões de amigos, como explicou em um TED Talk.

Ele também não é apaixonado pelo mar, então, sempre que foi visto no deque de um iate, estava a bordo dos de outros milionários, já que não possui nenhum.

Elon Musk possui dois jatos particulares que utiliza para viajar entre o Texas e São Francisco. Eles estão registrados sob a sociedade Falcon Landing LLC, vinculada ao seu conglomerado empresarial.

A Tesla continua sendo sua galinha dos ovos de ouro

Embora seja verdade que, no sentido estrito da palavra, Elon Musk não foi o fundador da Tesla (apesar de ele insistir em ser reconhecido como tal), a Tesla atual não existiria sem o aporte inicial de 6,5 milhões de dólares (R$ 392 milhões) que o milionário colocou à disposição. De fato, Martin Eberhard e Marc Tarpenning, os verdadeiros fundadores, nem sequer haviam cogitado fabricar carros elétricos. O primeiro seria o Roadster, lançado dois anos depois.

De qualquer forma, desde 2008, Elon Musk ocupa o cargo de maior responsabilidade na empresa e é um de seus principais acionistas. Há anos, o milionário de origem sul-africana vinha controlando entre 12% e 15% das ações da companhia. No entanto, esse percentual mudou após a disputada aprovação de seu bônus salarial, inicialmente contestado na Justiça, mas posteriormente ratificado em uma votação apertada pelos acionistas.

Desde então, de acordo com os relatórios enviados pela Tesla à Comissão de Valores Mobiliários, Elon Musk passará a controlar 20,5% das ações da empresa quando estas se consolidarem. Isso impulsionou ainda mais sua fortuna, embora com alguns altos e baixos devido à volatilidade das ações.

Em agosto de 2024, a Tesla atingiu uma capitalização de mercado de 764,64 bilhões de dólares (R$ 4,6 trilhões), indicando que aproximadamente 63% da fortuna de Elon Musk provém da Tesla.

O espaço: o negócio de Elon que mais cresceu

Em 2002, Elon Musk, com os bolsos cheios dos milhões obtidos pela venda do PayPal, fundou uma pequena empresa dedicada a realizar seu sonho de infância: construir foguetes para chegar a Marte. Seu sonho está se tornando realidade e a companhia não para de ganhar espaço no mercado da corrida espacial.

Atualmente, Musk é o diretor executivo da SpaceX. A empresa não é listada na bolsa de valores, portanto, não é obrigada a divulgar seus resultados financeiros. No entanto, em junho de 2024, a Bloomberg destacou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a SpaceX, que avaliava a empresa em cerca de 210 bilhões de dólares (R$ 1,2 trilhão). Essa nova oferta superava consideravelmente os 180 bilhões de uma OPA realizada no final de 2023, impulsionada pelos bons resultados dos lançamentos recentes de seus foguetes.

De acordo com uma investigação do The Wall Street Journal, Elon Musk possui aproximadamente 42% do capital da SpaceX (não de suas ações, já que a empresa não é negociada em bolsa). Com base na avaliação generosa da OPA, isso adicionaria cerca de 88,2 bilhões de dólares (R$ 531 bilhões) ao seu patrimônio.

Uma das grandes surpresas para Elon Musk e a SpaceX tem sido a Starlink. O projeto começou pequeno, quase como um experimento dentro da SpaceX, mas acabou se tornando um negócio de sucesso, gerando cerca de 6,6 bilhões de dólares (R$ 40 bilhões) em lucros para a empresa. Elon Musk controla 54% da Starlink, o que a torna mais uma importante fonte de renda.

X: sua maior dor de cabeça

Sem dúvidas, o X (antigo Twitter) tem sido o capricho mais polêmico de Elon Musk e, muito provavelmente, seu investimento menos rentável. Musk adquiriu a rede social por 44 bilhões de dólares (R$ 265 bilhões) em abril de 2022. Após um ano caótico, repleto de mudanças no funcionamento do X, conflitos com anunciantes e investidores e até disputas legais com países, o principal investidor da empresa avaliou que a plataforma perdeu 71,5% de seu valor inicial.

Mais uma vez, por não ser uma empresa de capital aberto, o X não é obrigado a divulgar suas finanças. Estima-se que Elon Musk detenha cerca de 79% da rede social, contribuindo com pouco mais de 1 bilhão de dólares (R$ 6 bilhões) para a fortuna do magnata (sem considerar o enorme rombo de dívida deixado em suas contas).

Dado o uso intensivo que Musk faz da rede social, o X funciona mais como uma ferramenta de influência para ele do que como um ativo para gerar rentabilidade econômica.

Neuralink: a aposta para o futuro

A Neuralink é provavelmente a startup mais inovadora do portfólio de Elon Musk, dada a área em que opera. A empresa foi cofundada por ele em 2016, e Musk continua como principal investidor. Seu objetivo é desenvolver interfaces cérebro-computador por meio de implantes cerebrais, operação que tem mostrado bons resultados.

Dada a necessidade de depender de constantes rodadas de financiamento, a empresa enfrenta atualizações frequentes de seu valor. Em 2022, seu valor era estimado em cerca de 2 bilhões de dólares (R$ 12 bilhões). Após a última rodada de investimentos, essa avaliação triplicou, subindo para mais de 7 bilhões (R$ 42 bilhões), de acordo com a Reuters, embora uma avaliação mais conservadora a rebaixasse para 5 bilhões (R$ 30 bilhões).

Os "satélites" empresariais de Musk

Além das grandes empresas que ele comprou, investiu ou fundou ao longo de sua carreira, Musk tem criado extensões de cada uma delas sob a forma de projetos independentes. Nesse contexto se encontra a SolarCity, que Musk fundou com seus dois primos, Lyndon e Peter Rive, com o objetivo de instalar painéis solares e baterias. Com o tempo, a Tesla assumiu o controle da empresa, que ficou como subsidiária.

A The Boring Company e xAi são projetos menores que funcionam como "instrumentos", fornecendo serviços para as outras empresas de Elon Musk, embora, por enquanto, não representem uma grande fonte de receita para ele. A The Boring Company é responsável por escavar túneis para o The Loop. Seu principal ativo são suas três perfuratrizes: Godot, Line-storm e Prufrock.

Por sua vez, a xAi é responsável por desenvolver modelos de IA alternativos ao OpenAI, que posteriormente servirão de base para integrações em X, Tesla, SpaceX e no restante das empresas do império do magnata.

Da mesma forma, Elon Musk tem sua própria empresa privada de segurança, sobre a qual nada é conhecido publicamente, mas que aparece como provedora de serviços no relatório de resultados da Tesla, que paga a ela uma fatura de 2,4 milhões de dólares (R$ 14,5 milhões) anuais.

Imagem: Midjourney (@mana)

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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