Quais países têm armas nucleares e quantas cada um tem, resumido em um gráfico eloquente

  • Estados Unidos e Rússia dominam o arsenal nuclear mundial.

  • A China avança rapidamente, mas a diferença ainda é abismal.

Quais países têm armas nucleares e quantas cada um tem, resumido em um gráfico eloquente. Imagem: Xataka
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

O Relógio do Juízo Final nunca esteve tão próximo do fim em seus 78 anos de história. Também conhecido como "Relógio do Fim do Mundo" ou "Relógio do Apocalipse", trata-se de um relógio simbólico que indica o risco de uma guerra nuclear. Quanto mais perto da meia-noite ele estiver, pior é a situação — um reflexo direto da instabilidade global, das tensões geopolíticas e, claro, do número de países com arsenal nuclear.

E neste gráfico é possível ver, de forma bastante clara, quais são esses países que controlam o maior número de ogivas nucleares e, principalmente, quais deles possuem armamento nuclear desplegado, ou seja, pronto para ser utilizado.

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A imagem

Há alguns dias, publicamos um gráfico que mostrava a evolução dos arsenais nucleares ao longo do tempo. Os números eram impressionantes: no auge da Guerra Fria, o mundo chegou a ter mais de 70 mil ogivas nucleares.

Com o tempo, por meio de diferentes políticas de desarmamento, as principais potências — Estados Unidos e Rússia — reduziram parte de seus arsenais, mas não completamente.

No gráfico acima, produzido pelo Visual Capitalist, podemos ver com clareza quais países lideram em número de ogivas nucleares (sem grandes surpresas nesse ponto) e qual nação está acelerando seu avanço. Além disso, um dado especialmente interessante é como essas ogivas estão distribuídas — nem todas estão prontas para uso imediato, e essa diferenciação faz toda a diferença.

Distribuição das ogivas nucleares

Quando falamos de arsenal nuclear, não importa apenas quantas ogivas um país possui, mas também como elas estão dispostas. Nesse sentido, podemos dividi-las em três categorias principais:

  • Ogivas desplegadas (ativas): são aquelas instaladas em mísseis intercontinentais, bases de bombardeiros pesados ou sistemas operacionais de curto alcance. Estão prontas para uso em caso de emergência e podem estar posicionadas em pontos estratégicos ou não estratégicos, em bases ou plataformas móveis.
  • Ogivas em reserva: estão armazenadas, mas não montadas em mísseis. Ainda podem ser reativadas, mas não estão prontas para uso imediato.
  • Ogivas retiradas: seguem intactas, mas estão no processo de desmantelamento — ou seja, fora de uso, embora ainda contabilizadas.

Inventário

Embora o gráfico ilustre isso de forma clara, os números falam por si. Das 12.121 ogivas nucleares que se estima existirem atualmente no mundo, essa é a forma como estão distribuídas entre os diferentes níveis de prontidão:

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O crescimento da China

Atualmente, Rússia e Estados Unidos concentram cerca de 88% de todo o arsenal nuclear mundial, mas, embora países como o Reino Unido e a França ainda mantenham um número expressivo de ogivas estrategicamente posicionadas, um novo protagonista já ocupa o terceiro lugar no ranking nuclear global.

A China surpreendeu os Estados Unidos no ano passado com o ritmo acelerado de crescimento do seu programa nuclear nos últimos anos. O país ultrapassou todas as previsões, alcançando um arsenal estimado entre 500 e 600 ogivas nucleares. Destas, apenas 24 foram efetivamente desplegadas, enquanto o restante permanece em reserva.

Mesmo com esse número relativamente pequeno de ogivas prontas para uso imediato, os objetivos estratégicos da China são claros: atingir o mesmo patamar de poderio nuclear de Estados Unidos e Rússia nos próximos 10 anos.

Guerra Fria II?

Apesar de a China estar promovendo acordos que reforçam o compromisso de não ser o primeiro país a usar armas nucleares, o tempo parece não estar a favor da estabilidade global. Em janeiro do ano passado, o Relógio do Juízo Final foi ajustado para alarmantes 90 segundos da meia-noite.

Neste ano, o ponteiro avançou ainda mais: agora estamos a apenas 78 segundos do fim — a marca mais próxima da meia-noite em toda a história do relógio.

Embora esse dado tenha um valor simbólico, ele expressa de forma clara o que muitos especialistas vêm alertando: o mundo vive um cenário geopolítico cada vez mais instável, e os riscos de uma nova Guerra Fria — agora entre várias potências nucleares — já não parecem tão distantes da realidade.

A essa preocupação soma-se a iminente expiração do tratado START III em 2026, um acordo crucial que, por anos, limitou a quantidade de armas estratégicas que as grandes potências nucleares poderiam manter ativas.

A situação torna-se ainda mais delicada ao lembrar que, em 2022, a Rússia se desvinculou oficialmente do tratado, em meio ao agravamento de suas relações com o Ocidente por causa do conflito na Ucrânia.

Com isso, abre-se caminho para uma nova corrida armamentista, desta vez sem regras claras ou limites estabelecidos, reacendendo temores de um cenário global ainda mais instável nos próximos anos.

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