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Após duas semanas, Japão encerra busca por homem que caiu em buraco em Saitama

Socorristas encerraram os trabalhos após encontrar caminhão vazio

Motorista de caminhão foi soterrado após cratera se abrir / Imagem: camknows
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Victor Bianchin

Redator

Victor Bianchin é jornalista.

O Japão vive uma calamidade: um enorme buraco, que mede aproximadamente 40 metros, foi aberto no final de janeiro em Yashio, na província de Saitama, ao norte de Tóquio. O que parecia um acidente sem grandes consequências acabou se tornando algo muito maior.

O buraco e uma luta contra o relógio

No dia 10 de fevereiro, as autoridades japonesas completaram duas semanas tentando resgatar um motorista de 74 anos preso em um enorme buraco que se abriu na capital japonesa. O incidente ocorreu quando o solo cedeu abruptamente sob o caminhão que ele dirigia enquanto o motorista estava parado em um cruzamento.

De acordo com testemunhas no local, o homem inicialmente respondeu aos socorristas após a queda do veículo, mas, algumas horas depois, um deslizamento de terra dentro do buraco o soterrou, interrompendo toda comunicação. Desde então, a operação se tornou uma corrida contra o tempo, enquanto a cratera continua a crescer.

O avanço do desmoronamento

As autoridades informaram que o resgate estava sendo extremamente complicado devido à fragilidade do terreno. Nos dias seguintes ao desmoronamento inicial, um segundo colapso ocorreu próximo ao local, fundindo-se com o primeiro e ampliando o buraco para aproximadamente 20 metros de diâmetro. Esse novo deslizamento fez desaparecer a parte frontal do caminhão, onde se acreditava que o motorista ainda estivesse preso.

Durante as escavações, a cabine do caminhão em que ele estava se separou do resto do veículo e foi encontrada vazia em um cano de esgoto a 200 metros do local onde houve o desabamento. Segundo um porta-voz do departamento de bombeiros, a situação era “extremamente perigosa” e restringia o número de socorristas que podem atuar simultaneamente.

Estratégias de resgate

Para tentar resgatar o motorista, as equipes analisaram o uso de maquinário pesado para remover os escombros e a terra acumulada sobre o veículo. Durante uma operação, conseguiram extrair parte da carroceria do caminhão com um guindaste de grande capacidade, mas não encontraram o motorista nessa seção. Por essa razão, pensáva-se que ele estivesse preso na cabine do veículo, completamente soterrada. 

As condições do solo impediram uma escavação convencional sem o risco de provocar um novo colapso e  socorristas precisaram agir com extrema cautela para evitar que a situação piorasse.

Por que isso aconteceu?

Essa é a grande questão. As investigações preliminares indicam que o desmoronamento foi causado pelo rompimento de uma tubulação de esgoto localizada sob a estrada. Essa tubulação transportava água de esgoto para uma estação de tratamento próxima e, após seu colapso, enfraqueceu a estrutura do solo até provocar o desastre.

O incidente teve consequências diretas para a população, levando as autoridades a emitir uma ordem para que 1,2 milhão de moradores da região reduzam o consumo de água devido aos danos no sistema de esgoto.

Histórico de inspeções

Os registros indicam que inspeções rotineiras no sistema de esgoto da área são realizadas a cada cinco anos. A última revisão, feita em 2021, detectou sinais de corrosão nas tubulações, mas os inspetores não consideraram necessário realizar reparos urgentes naquele momento.

Diante da gravidade do incidente e de suas implicações, o Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo do Japão ordenou inspeções emergenciais em sistemas de esgoto semelhantes, especialmente aqueles conectados a grandes estações de tratamento de águas residuais.

O problema é que tudo piorou.

O buraco continua se expandindo

Neste momento, o gigantesco buraco em Yashio continua a se expandir, o que levou as autoridades a emitirem ordens de evacuação para cinco residências nas proximidades e recomendarem que outros moradores dentro de um raio de 50 metros deixassem a área.

A cavidade, que inicialmente tinha um diâmetro de 5 metros, cresceu para os atuais 40 metros de largura e 15 metros de profundidade (equivalente praticamente ao comprimento de uma piscina olímpica).

Como mencionado antes, o principal problema é a erosão das paredes do buraco, que impede que os socorristas permaneçam dentro por períodos prolongados, devido ao risco de novos desmoronamentos. A situação continua sendo crítica, sem uma solução imediata à vista.


Imagem | camknows

Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.

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