O Japão vive uma calamidade: um enorme buraco, que mede aproximadamente 40 metros, foi aberto no final de janeiro em Yashio, na província de Saitama, ao norte de Tóquio. O que parecia um acidente sem grandes consequências acabou se tornando algo muito maior.
O buraco e uma luta contra o relógio
No dia 10 de fevereiro, as autoridades japonesas completaram duas semanas tentando resgatar um motorista de 74 anos preso em um enorme buraco que se abriu na capital japonesa. O incidente ocorreu quando o solo cedeu abruptamente sob o caminhão que ele dirigia enquanto o motorista estava parado em um cruzamento.
De acordo com testemunhas no local, o homem inicialmente respondeu aos socorristas após a queda do veículo, mas, algumas horas depois, um deslizamento de terra dentro do buraco o soterrou, interrompendo toda comunicação. Desde então, a operação se tornou uma corrida contra o tempo, enquanto a cratera continua a crescer.
O avanço do desmoronamento
As autoridades informaram que o resgate estava sendo extremamente complicado devido à fragilidade do terreno. Nos dias seguintes ao desmoronamento inicial, um segundo colapso ocorreu próximo ao local, fundindo-se com o primeiro e ampliando o buraco para aproximadamente 20 metros de diâmetro. Esse novo deslizamento fez desaparecer a parte frontal do caminhão, onde se acreditava que o motorista ainda estivesse preso.
Durante as escavações, a cabine do caminhão em que ele estava se separou do resto do veículo e foi encontrada vazia em um cano de esgoto a 200 metros do local onde houve o desabamento. Segundo um porta-voz do departamento de bombeiros, a situação era “extremamente perigosa” e restringia o número de socorristas que podem atuar simultaneamente.
Estratégias de resgate
Para tentar resgatar o motorista, as equipes analisaram o uso de maquinário pesado para remover os escombros e a terra acumulada sobre o veículo. Durante uma operação, conseguiram extrair parte da carroceria do caminhão com um guindaste de grande capacidade, mas não encontraram o motorista nessa seção. Por essa razão, pensáva-se que ele estivesse preso na cabine do veículo, completamente soterrada.
As condições do solo impediram uma escavação convencional sem o risco de provocar um novo colapso e socorristas precisaram agir com extrema cautela para evitar que a situação piorasse.
Por que isso aconteceu?
Essa é a grande questão. As investigações preliminares indicam que o desmoronamento foi causado pelo rompimento de uma tubulação de esgoto localizada sob a estrada. Essa tubulação transportava água de esgoto para uma estação de tratamento próxima e, após seu colapso, enfraqueceu a estrutura do solo até provocar o desastre.
O incidente teve consequências diretas para a população, levando as autoridades a emitir uma ordem para que 1,2 milhão de moradores da região reduzam o consumo de água devido aos danos no sistema de esgoto.
Histórico de inspeções
Os registros indicam que inspeções rotineiras no sistema de esgoto da área são realizadas a cada cinco anos. A última revisão, feita em 2021, detectou sinais de corrosão nas tubulações, mas os inspetores não consideraram necessário realizar reparos urgentes naquele momento.
Diante da gravidade do incidente e de suas implicações, o Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo do Japão ordenou inspeções emergenciais em sistemas de esgoto semelhantes, especialmente aqueles conectados a grandes estações de tratamento de águas residuais.
O problema é que tudo piorou.
O buraco continua se expandindo
Neste momento, o gigantesco buraco em Yashio continua a se expandir, o que levou as autoridades a emitirem ordens de evacuação para cinco residências nas proximidades e recomendarem que outros moradores dentro de um raio de 50 metros deixassem a área.
A cavidade, que inicialmente tinha um diâmetro de 5 metros, cresceu para os atuais 40 metros de largura e 15 metros de profundidade (equivalente praticamente ao comprimento de uma piscina olímpica).
Como mencionado antes, o principal problema é a erosão das paredes do buraco, que impede que os socorristas permaneçam dentro por períodos prolongados, devido ao risco de novos desmoronamentos. A situação continua sendo crítica, sem uma solução imediata à vista.
Imagem | camknows
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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