A guerra de drones não é um cenário futuro, é uma realidade. As nações mais ricas estão se equipando com sistemas não tripulados e, nos últimos meses, esses drones foram protagonistas em conflitos como os de Ucrânia e Gaza. Diante dessa situação, os departamentos de defesa estão atualizando suas estratégias para se adaptar às ameaças. E o Pentágono agora compartilhou sua nova estratégia antidrones, na qual podemos ver os cinco pontos para se proteger contra sistemas não tripulados.
Preocupação
Embora os drones militares já existam há décadas, foi a guerra na Ucrânia que evidenciou que eles são as armas do momento e, como não são convencionais, os sistemas defensivos não estiveram à altura. Tanto a Ucrânia quanto a Rússia possuem drones kamikaze, mas também vimos drones que hibernam por semanas antes de atacar, e até os EUA declararam que os drones são o futuro de seu arsenal aéreo.
Diante desse novo protagonismo dos drones, surge a necessidade de defesa. Já vimos planos para a integração de torretas a laser em veículos, bem como metralhadoras carregadas com inteligência artificial com uma tarefa específica: caçar os drones inimigos. E, como visto no The War Zone, o Pentágono já criou sua estratégia contra esses veículos.
Plano de ação
O Departamento de Defesa dos EUA derrubou o sigilo de um documento que, basicamente, é a "estratégia para neutralizar sistemas não tripulados". O órgão publicou um resumo das informações secretas, no qual afirma que "essas ameaças estão mudando a forma como as guerras são travadas".
O programa mistura estratégias tanto de curto quanto de longo prazo e consta dos seguintes pontos:
- Aprofundar a compreensão e o conhecimento das tendências e ameaças de sistemas não tripulados. Isso inclui melhorar a capacidade das forças operacionais para detectar, rastrear e caracterizar essas ameaças.
- Destruir as redes de ameaça de sistemas não tripulados. Realizar campanhas deliberadas para neutralizar as redes que impulsionam o desenvolvimento e a proliferação de sistemas não tripulados, em colaboração com outras agências governamentais.
- Defender contra as ameaças de sistemas não tripulados aos interesses dos Estados Unidos. As defesas ativas e passivas serão adaptadas, as autoridades serão esclarecidas e delegadas conforme necessário, e abordagens serão institucionalizadas por meio de doutrina, organização, treinamento, materiais, liderança, pessoal, instalações e políticas.
- Entregar soluções com maior rapidez, adaptabilidade e escala. Isso inclui abordagens de aquisição rápida, soluções integradas e modulares, experimentação e desenvolvimento conjunto com aliados próximos.
- Projetar e desenvolver a futura força conjunta para modos de guerra impulsionados por sistemas não tripulados. Isso inclui mudanças na estrutura das forças e a adoção de novas tecnologias que neutralizem as vantagens do adversário.

Resiliência
O Departamento de Defesa dos EUA admite que "enfrentar essas ameaças não será fácil, mas o exército dos EUA não tem rival quando se trata de capacidade de adaptação a novos desafios, e o Departamento está tornando realidade a visão dessa estratégia. O caráter da guerra está mudando, e mudaremos com ela". O foco imediato é melhorar as defesas para obter um sistema resiliente contra essas ameaças.
A ideia é combinar tecnologias de detecção, como radares ativos e passivos, assim como sistemas de neutralização cinética (mísseis, por exemplo) e não cinética (armas eletrônicas). No entanto, também reconhecem que precisarão se adaptar às restrições legais que, por exemplo, impedem o uso de armas cinéticas e de energia dirigida nas bases do território nacional.
Tensão
No documento, Lloyd J. Austin III, Secretário de Defesa, comentou que "nos últimos anos, os sistemas não tripulados adversários evoluíram rapidamente. Esses sistemas baratos estão mudando cada vez mais o campo de batalha, ameaçando instalações dos EUA e ferindo ou matando nossas tropas". Isso gerou um clima de tensão, no qual até marcas comerciais como a DJI foram incluídas na lista de empresas militares chinesas.
Imagem | Khamenei.ir
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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