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Bilionários registram perdas históricas após nova rodada de tarifas anunciadas por Trump

Escalada da guerra comercial afeta fortunas dos empresários mais ricos do mundo e gera tensão no mercado financeiro global

Bilionários perdem fortuna com o Trump na guerra comercial. Imagem: Xataka Brasil
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas comerciais a mais de 180 países gerou impactos significativos nos mercados globais — e atingiu em cheio alguns dos principais nomes da elite empresarial mundial.

Em apenas dois dias após o anúncio das medidas, as 500 pessoas mais ricas do planeta perderam, juntas, US$ 536 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

A nova política tarifária entrou em vigor no último sábado (5) e prevê uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações. A partir de quarta-feira, países como China e integrantes da União Europeia devem enfrentar tarifas ainda mais altas, de 125% e 20%, respectivamente.

Entre os mais afetados estão empresários que, nos últimos anos, demonstraram apoio público a Trump, inclusive durante sua posse. Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, lidera a lista de perdas: US$ 30 bilhões apenas nos dois primeiros dias de repercussão do anúncio. No acumulado de 2025, o empresário já perdeu cerca de US$ 130 bilhões em patrimônio, embora siga sendo a pessoa mais rica do mundo, com estimados US$ 300 bilhões.

Jeff Bezos, fundador da Amazon, aparece em seguida, com um prejuízo de US$ 24 bilhões desde o anúncio do chamado “tarifaço”. Desde o início do ano, o valor chega a US$ 46 bilhões. A empresa, uma das principais importadoras de bens fabricados na Ásia, sofreu quedas expressivas em seu valor de mercado.

Já Mark Zuckerberg, CEO da Meta, acumula perdas de US$ 28 bilhões, com queda de quase 14% nas ações da companhia em apenas dois dias.

Tötös Ádám

A movimentação no cenário econômico também gerou manifestações públicas entre grandes nomes do mercado. O investidor bilionário Bill Ackman, que apoiou Trump nas eleições de 2024, afirmou nas redes sociais que as tarifas podem provocar uma “guerra nuclear econômica”, alertando que consumidores e empresas tendem a reduzir investimentos e gastos.

“Vamos prejudicar seriamente nossa reputação com o resto do mundo, e levará anos ou até décadas para recuperá-la”, escreveu Ackman. A publicação ultrapassou os 10 milhões de visualizações.

Outros líderes empresariais também se posicionaram. Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, declarou em carta aos acionistas que as tarifas podem pressionar a inflação e desacelerar o crescimento global. “Ainda é uma dúvida se o pacote de tarifas causará uma recessão, mas ele certamente desacelerará o crescimento”, escreveu.

Stanley Druckenmiller, da Duquesne Family Office, e Ken Fisher, da Fisher Investments, também demonstraram preocupação com a nova política comercial. Fisher chegou a afirmar que o pacote anunciado por Trump é “extremo” e “equivocado”.

Com os mercados em ajuste e as tensões diplomáticas crescendo, especialistas ainda avaliam os efeitos de longo prazo da medida. Enquanto isso, parte dos bilionários que outrora demonstraram apoio ao atual presidente vê agora sua fortuna diminuir em meio à instabilidade provocada por uma guerra comercial em expansão.

Apesar das perdas generalizadas, houve exceções

O megainvestidor Warren Buffett registrou crescimento em sua fortuna ao longo de 2025. Embora tenha perdido US$ 2,57 bilhões na queda de mercado da semana passada, seu patrimônio líquido aumentou US$ 12,7 bilhões no ano. A alta foi impulsionada por decisões anteriores de reduzir exposição em ações e ampliar os investimentos em títulos do Tesouro dos EUA.

Em carta a acionistas da Berkshire Hathaway, Buffett destacou os ganhos obtidos com “valores previsíveis de investimentos em renda fixa e a ampliação de ativos altamente líquidos” (com Fortune e The Guardian).

Com os mercados em ajuste e as tensões diplomáticas crescendo, especialistas ainda avaliam os efeitos de longo prazo da medida. Enquanto isso, parte dos bilionários que outrora demonstraram apoio ao atual presidente vê agora sua fortuna diminuir em meio à instabilidade provocada por uma guerra comercial em expansão.

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