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Eles dirigem carros usados, cozinham alimentos congelados e não compram roupas novas: esses são os novos milionários do “baixo consumo”

Eles dirigem carros usados, cozinham alimentos congelados e não compram roupas novas: esses são os novos milionários do “baixo consumo” Imagem:Xataka
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Em um mundo dominado pelo consumismo, um grupo de pessoas com altos rendimentos está redefinindo o que significa ser rico. Conhecidos como os milionários de "baixo consumo", eles preferem um estilo de vida baseado na austeridade e simplicidade, o que lhes permite acumular grandes fortunas e alcançar objetivos financeiros como a aposentadoria antecipada ou a flexibilidade no trabalho.

Segundo a Fortune, esses milionários não buscam status por meio de bens materiais luxuosos. Em vez disso, mantêm seus gastos no mínimo. Um exemplo é Shang Saavedra, uma empresária multimilionária que aluga uma casa modesta, dirige um carro usado de 16 anos e faz suas compras na seção de congelados dos supermercados.

A abordagem de Saavedra é intencional

Ela e seu marido investem em ativos que geram valor a longo prazo, como a educação dos filhos e propriedades de alto rendimento. Seu estilo de vida discreto não apenas permite economizar, mas também proporciona tranquilidade financeira em períodos como as festas de fim de ano, quando seu maior gasto é com filantropia.

Ao contrário do que muitos podem pensar, austeridade não significa viver com privação. Segundo Living on a Dime, ser austero não é sinônimo de pobreza, mas de inteligência financeira. Essa perspectiva se reflete em pessoas como Annie Cole, outro exemplo de que, apesar de possuir um patrimônio superior a um milhão de dólares, ajusta seus gastos para menos de 4.000 dólares por mês.

Cole prefere roupas de segunda mão e prepara todas as suas refeições em casa. Graças a essas escolhas, planeja se aposentar antes dos 45 anos, algo que considera um luxo mais valioso do que qualquer item de grife.

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Decisões para transformar um estilo de vida

Esse estilo de vida não é exclusivo de famílias ou empresários; também é adotado por profissionais como o dentista Robert Chin e sua sócia Jessica Pharar, que compartilham o trajeto para o trabalho e levam almoços preparados em casa. Segundo a Fortune, essas escolhas permitem que a dupla foque em metas como ter mais tempo livre e, potencialmente, se aposentar mais cedo.

O estilo de vida de baixo consumo enfrenta desafios culturais. De acordo com o Yahoo! Finance, plataformas como TikTok e Instagram incentivam tendências de consumo em massa, que contrastam diretamente com a filosofia desses milionários. No entanto, movimentos como o "núcleo do subconsumo" buscam contrabalançar essa narrativa e promover práticas como reduzir compras impulsivas e valorizar o que já se possui.

Por sua vez, Living on a Dime ressalta que muitas pessoas confundem austeridade com pobreza. "Você pode ser extremamente rico e viver de forma frugal, porque ser frugal significa ser cuidadoso com seu dinheiro", afirma o portal.

O impacto positivo do baixo consumo vai além da economia financeira. Segundo a mesma fonte, essas práticas também promovem a sustentabilidade ambiental, ajudando a reduzir o desperdício e o consumo de produtos de curta duração.

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Shang Saavedra, que ajuda outras pessoas a adotar esse estilo de vida, resume a filosofia do baixo consumo com uma reflexão sobre a importância de entender o propósito por trás dele:

"Qual é o objetivo final do subconsumo? Se alguém se dedica ao subconsumo apenas pelo ato em si, rapidamente se esgota e se torna infeliz. Como meu marido e eu direcionamos nosso consumo para a liberdade financeira e a família, valeu a pena. Claro, ainda sinto vontade de adquirir itens e experiências de luxo, e de vez em quando temos um jantar especial em um restaurante muito bonito. Mas entender a razão por trás do desejo por algo... geralmente vem de uma parte insatisfeita da sua vida e, muitas vezes, é uma necessidade psicológica."

Esse enfoque pode servir de modelo não apenas para os mais ricos, mas também para aqueles que buscam uma vida menos presa às expectativas do consumismo moderno.

Além dos milionários consolidados que adotam o baixo consumo como um estilo de vida consciente, jovens da Geração Z também começaram a compartilhar seus hábitos de consumo mínimo no TikTok.

Segundo o BuzzFeed, essa tendência, conhecida como "núcleo do subconsumo", mostra pessoas utilizando os mesmos produtos até o desgaste total, cozinhando em casa e economizando ao máximo com um estilo de vida mais austero.

Embora o movimento pareça autêntico, alguns questionam se é uma mudança genuína ou apenas mais uma moda passageira. A criadora de conteúdo Dominique Joane, que publicou o primeiro vídeo sobre o tema, comentou:

"Foi revigorante abrir o TikTok e ver como o consumo excessivo está sendo questionado em nossa cultura. Mas me perguntei se essa tendência realmente terá um impacto duradouro ou se, como tantas outras na plataforma, acabará sendo apenas mais uma moda passageira."
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