Um desenho de Leonardo da Vinci escondia um mapa oculto; o trabalho revelou os túneis secretos de um castelo do século XV

  • Os avanços tecnológicos permitiram validar os esboços de Da Vinci.

  • Sua meticulosa observação e registro de estruturas ocultas eram muito mais do que simples teorias.

Leonardo da Vinci e suas obras. Imagem: sailko
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Sofia Bedeschi

Redatora

Jornalista com mais de 5 anos de experiência no ramo digital. Entusiasta pela cultura pop, games e claro: tecnologia, principalmente com novas experiências incluídas na rotina. 

Ano 1460. Francesco Sforza, duque de Milão, tomou uma decisão: precisava de uma residência real à altura de seu status. Com isso, tomou posse das ruínas de uma antiga fortaleza medieval no norte da Itália e, ao longo de vários anos, supervisionou sua reconstrução até transformá-la em uma imponente e majestosa residência.

Desde então, o Castelo Sforza carrega uma lenda: sob seus alicerces, Francesco teria planejado uma complexa rede secreta de passagens.

A solução para esse mistério estava em uma pintura de Leonardo Da Vinci.

Um esboço como mapa

Como dissemos, a grandiosa obra de Leonardo da Vinci continua revelando segredos séculos após sua criação. A descoberta mais recente: uma equipe de pesquisadores da Universidade Politécnica de Milão, em parceria com a Codevintec e o próprio castelo, confirmou que os rumores eram verdadeiros. Em outras palavras, há mesmo uma rede de túneis ocultos sob o Castelo Sforza, em Milão, e ela foi encontrada com base em um esboço do próprio Da Vinci, datado do século XV.

Os arqueólogos utilizaram tecnologia avançada para mapear o subsolo da estrutura, como radares de penetração no solo e escaneamento a laser. Com isso, não apenas confirmaram a existência dos túneis documentados por Da Vinci no chamado Codex Forster I, no final do século XV, como também encontraram indícios de um sistema subterrâneo ainda mais extenso.

História e função dos túneis

Como mencionamos no início, o Castelo Sforza foi reconstruído pelo duque Francesco Sforza, mas posteriormente foi embelezado por seu sucessor, Ludovico Sforza. Ele teria contratado Leonardo da Vinci para decorar partes do castelo, incluindo a Sala delle Asse, além de projetar um monumento equestre em homenagem a Francesco. Durante esse processo, Da Vinci registrou detalhadamente um sistema de túneis e passagens subterrâneas que, até agora, nunca haviam sido identificados fisicamente.

Acredita-se que essas estruturas tenham sido utilizadas principalmente para fins militares, mas também existiam passagens com propósitos mais pessoais e cerimoniais. Um dos túneis descobertos, por exemplo, conecta o castelo à Basílica de Santa Maria delle Grazie, onde está localizada a icônica pintura A Última Ceia, além dos túmulos da família Sforza.

Isso sugere que o túnel poderia ter servido como um acesso privado aos mausoléus da nobreza.

Além disso, historiadores levantam a hipótese de que Ludovico Sforza usava essa passagem para visitar o túmulo de sua esposa, Beatrice d’Este, enterrada na basílica.

Tecnologia e o futuro da pesquisa

A descoberta não apenas amplia a compreensão da arquitetura do castelo, mas também abre novas possibilidades para a reconstrução digital do local.

Com o objetivo de desenvolver um gêmeo digital do Castelo Sforza, os pesquisadores planejam integrar tecnologia de realidade aumentada, permitindo que os visitantes explorem virtualmente esses espaços inacessíveis e descubram detalhes históricos até então desconhecidos.

"O objetivo é criar um modelo digital que não apenas represente a aparência atual do castelo, mas também permita explorar o passado, recuperando elementos históricos que já não são visíveis", explicou Franco Guzzetti, professor do Politécnico de Milão, em um comunicado.

E tudo isso graças ao gênio de Da Vinci.

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