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China encurralou EUA antes do final de 2024: proíbe a exportação de dois minerais essenciais para a produção de chips

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PH Mota

Redator

Jornalista há 15 anos, teve uma infância analógica cada vez mais conquistada pelos charmes das novas tecnologias. Do videocassete ao streaming, do Windows 3.1 aos celulares cada vez menores.

A China proibiu a exportação de gálio, germânio e antimônio para os Estados Unidos. Os materiais são essenciais na fabricação de semicondutores, tecnologia infravermelha e armas, colocando a maior economia do mundo em uma situação crítica.

De acordo com a Reuters, essa decisão ocorreu um dia após o governo do ainda presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter endurecido as restrições ao acesso da China à tecnologia avançada, marcando um novo episódio na guerra tecnológica entre as duas potências.

Resposta direta às restrições dos EUA

O Ministério do Comércio chinês justificou a proibição citando razões de segurança nacional e a necessidade de fortalecer o controle sobre materiais de uso duplo, tanto militares quanto civis. A medida, que já começou a ser aplicada, também impõe revisões rigorosas sobre o grafite exportado, um componente vital na fabricação de baterias para veículos elétricos.

Segundo o The New York Times, essa ação representa uma das respostas mais fortes da China às políticas restritivas impostas pelos Estados Unidos nos últimos anos.

Com a proibição, a China está apertando seu controle sobre a cadeia de suprimentos global, pois produz 94% do gálio mundial e 83% do germânio. Isso complica ainda mais o acesso dos EUA aos materiais, que já tinham uma dependência significativa da China. Além disso, de acordo com dados do Projeto Blue citados pela Reuters, o país asiático também domina 48% da produção global de antimônio, usado em aplicações militares e tecnológicas.

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Impacto imediato nas cadeias de suprimentos globais

De acordo com o The Guardian, os preços do antimônio no mercado internacional dispararam 228% em 2024, devido a restrições anteriores da China. Os fabricantes americanos de semicondutores e armas, que já enfrentavam dificuldades para diversificar suas cadeias de suprimentos, agora estão em uma posição mais vulnerável.

Conforme a Reuters, um porta-voz da Casa Branca disse que medidas estão sendo avaliadas para mitigar a situação e enfatizou a importância de reduzir a dependência da China.

Ainda segundo a agência de notícias a Reuters, Washington expandiu recentemente sua lista de empresas chinesas restritas, afetando mais de 140 entidades relacionadas à indústria de semicondutores. Essa estratégia busca impedir que a China use tecnologia americana em sistemas avançados de inteligência artificial e armas militares.

A troca de medidas restritivas entre as duas potências pode intensificar as interrupções no comércio global. Dylan Loh, professor assistente da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, explicou que "essas restrições recíprocas podem gerar um ciclo contínuo de retaliação econômica".

De acordo com o The Guardian, organizações como a Sociedade de Internet da China têm incentivado as empresas a usar chips fabricados localmente ou de outros países. Essa estratégia não busca apenas combater as sanções, mas também fortalecer a indústria de tecnologia nacional.

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Além disso, a China pode expandir suas restrições para outros minerais importantes, como níquel e cobalto, usados ​​na produção de baterias e energia renovável. Tal cenário agravaria ainda mais as tensões comerciais e as preocupações com a segurança no Ocidente.

A proibição da China às exportações de minerais pode ter um custo econômico significativo para os Estados Unidos. De acordo com um estudo do United States Geological Survey (USGS), interrupções no fornecimento de gálio e germânio podem resultar em perdas de mais de US$ 3 bilhões (R$ 18,4 bi). Isso representa um golpe direto em setores como tecnologia e defesa, que dependem desses materiais para fabricar produtos estratégicos.

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