Está na moda falar sobre a inteligência artificial geral (IAG), que, de acordo com vários especialistas, seria capaz de igualar e até superar as capacidades intelectuais humanas. Em teoria, essa tecnologia poderia desenvolver a senciência e aprender, raciocinar e tomar decisões de forma autônoma, sem necessidade de ser treinada.
Embora pareça ficção científica, alguns especialistas acreditam que a IAG pode estar mais próxima do que imaginamos. Um dos mais otimistas é o cientista Ray Kurzweil. O especialista em inteligência artificial prevê que essa inteligência igualará a inteligência humana em 2029. Não apenas isso, ele também afirma que, em 21 anos, os seres humanos poderão fundir-se com os computadores e alcançar assim a "singularidade".
2045: o ano dos "superhumanos"
Ray Kurzweil é nada menos que o diretor de engenharia do Google e lidera a equipe de desenvolvimento de IA. Ele também é autor de livros como Singularity Is Near (“A singularidade está próxima”), publicado em 2005, e Singularity Is Nearer (“A singularidade está mais próxima”), publicado em 2024. Nesses títulos, aborda temas como o avanço da tecnologia, o futuro da inteligência artificial e suas previsões sobre como irá evoluir a relação dela com os seres humanos.
Devido ao lançamento de seu mais recente livro, o autor conversou com o The Guardian. Na entrevista, Kurzweil se mostrou firme em sua previsão de que, em 2045, alcançaremos a singularidade. Esse é um termo retirado da física e pode ser definido como um ponto no espaço-tempo onde as leis naturais não se aplicam ou são incertas, como no interior de um buraco negro.
No caso da inteligência artificial, a singularidade refere-se a um ponto hipotético em que ela terá superado completamente os humanos e estará fora da nossa compreensão. No entanto, para Kurzweil, isso também implicará que a humanidade será capaz de se fundir com a IA, potencializando assim as capacidades intelectuais de nossa espécie.
E como essa fusão será realizada?
Ray Kurzweil acredita que isso acontecerá graças aos nanobots, que entrarão no cérebro através dos poros capilares. O cientista compara isso a ter um smartphone no cérebro. As pessoas poderão realizar buscas de maneira semelhante a como fazem agora em seus telefones, só que de maneira instantânea e sem nem mesmo perceberem que o fizeram. De acordo com as declarações de Kurzweil, "vamos expandir a inteligência um milhão de vezes até 2045, e isso vai aprofundar nossa consciência e nosso conhecimento".
A imortalidade também pode estar próxima
Em sua entrevista para o Guardian, Kurzweil também tocou em temas como a imortalidade e os avanços na medicina. Ele prevê que, à medida que nos aproximarmos da próxima década, os avanços em nanobots médicos permitirão reparar o corpo de dentro para fora e "parar" o envelhecimento. Cada ano ganho será equivalente ao progresso médico necessário para prolongar a vida indefinidamente. Para a década de 2040, diz ele, a tecnologia permitirá que os humanos "ressuscitem" em forma de androides.
Pode ser que as previsões de Kurzweil pareçam pura ficção científica ou nos lembrem das ideias exageradas que as pessoas do início do século 20 tinham sobre o século 21 (como carros voadores ou férias na Lua —embora os voos comerciais para o espaço sejam praticamente uma realidade hoje). No entanto, o diretor de engenharia da Google já acertou no passado. Por exemplo, ele previu com antecedência o surgimento dos smartphones e, já em 1999, antecipou que levaria apenas 30 anos para os humanos desenvolverem a IA.
Este texto foi traduzido/adaptado do site Xataka Espanha.
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